LIDE BRASÍLIA - 5º BRASÍLIA SUMMIT

Kátia Abreu diz se arrepender de votar pela autonomia do Banco Central

"É um arrependimento mortal que eu tenho. (O BC) Devia estar submetido ao Congresso Nacional", disse a ex-senadora

Kátia Abreu, ex-senadora e ex-ministra da agricultura -  (crédito: Reprodução/YouTube)
Kátia Abreu, ex-senadora e ex-ministra da agricultura - (crédito: Reprodução/YouTube)

A ex-senadora e ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, disse que se arrepende de ter votado a favor da autonomia institucional do Banco Central em 2021. A declaração veio após ela criticar o patamar atual da taxa básica de juros, que atualmente é de 15% ao ano. Segundo ela, o aumento da dívida pública é resultado da política monetária restritiva, e não da elevação de gastos do governo federal.

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“Nós temos o direito de gritar ‘maldita a hora que eu votei por esse Banco Central independente’. É um arrependimento mortal que eu tenho. Porque não devia ser. Devia estar submetido ao Congresso Nacional”, disse Abreu, nesta quarta-feira (3/12), durante o 5º Brasília Summit – Segurança Jurídica no Agro, promovido pelo LIDE em parceria com o Correio Braziliense.

A autonomia institucional do BC, sancionada em 2021, estabelece mandatos de quatro anos para os presidentes da autarquia e garante mais liberdade à instituição para controlar a política monetária. No último mês de setembro, deputados de seis partidos assinaram requerimento de urgência que permitiria a demissão de diretores do banco pelo Congresso. Apesar disso, o tema perdeu força após os novos desdobramentos do caso que envolve o Banco Master e culminou na prisão de Daniel Vorcaro, no dia 17 de novembro.

Desde junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) mantém a Taxa Selic em 15% e a tendência é que mantenha o mesmo patamar na próxima reunião, marcada para os dias 9 e 10 de dezembro. Na visão da ex-senadora, a decisão do BC de manter os juros atuais “não tem cabimento”. Ela também defendeu a cobrança da sociedade em cima da atuação dos diretores.

“(O Banco Central) não é a Santa Sé. Não é a Bíblia, que não pode ser mudada. Nós temos que cobrar, sim, uma baixa dos juros com urgência. Todo dia tem notícia boa, é inflação caindo, é desemprego caindo, é o Brasil crescendo muito mais do que os economistas estão prevendo. O que tem por trás disso tudo? O que move esse Banco Central que ele não pode enxergar o que nós estamos enxergando?”, questionou Abreu.

Agronegócio

Durante o evento, a ex-senadora também comentou sobre o avanço das tecnologias no agro e disse que o Brasil passa por uma nova fase. Segundo ela, as inovações vão além da produção em si e atingem a governança, com as práticas de gestão e o compliance. Também elogiou a atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que desde a década de 1970 estimula o crescimento da produção nacional.

“Então essas três questões são, hoje, a segunda etapa do agro que ele tem que se dedicar: continuar com um olho no peixe, que é a Embrapa, tecnologia de produção, e um olho no gato, que é a tecnologia digital, que é o compliance, e que é a questão da tecnologia judicial”, destacou.

Sobre a questão do meio ambiente, ela disse que os governantes devem, mais do que nunca, começar a pensar que “uma árvore em pé vale mais do que uma no chão” e que é necessário investir em georreferenciamento, no sentido de preservar as vegetações nativas dentro das próprias propriedades rurais, em especial, na Amazônia.

Ela acredita que isso poderia ser feito também por um financiamento internacional, ou até mesmo por meio do Fundo da Amazônia. ‘“Eu tenho certeza que se nós mobilizarmos os estados, o governo federal, nós temos as emendas parlamentares e mobilizarmos os parlamentares, que esses sistemas não são tão caros assim, comprou um serve para todo mundo”, completou a ex-senadora.

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postado em 03/12/2025 20:50
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