DESIGUALDADE

Pobreza e miséria diminuem no país, segundo IBGE

Entre 2023 e 2024, 8,6 milhões de brasileiros deixaram a pobreza, e 1,9 milhão saíram das condições de miséria, conforme dados da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS). Presidente Lula comemora

No ano passado, o Brasil tinha 48,9 milhões de habitantes vivendo abaixo da linha de pobreza -  (crédito: Caio Gomez)
No ano passado, o Brasil tinha 48,9 milhões de habitantes vivendo abaixo da linha de pobreza - (crédito: Caio Gomez)

O aquecimento do mercado de trabalho e a manutenção de programas de transferência de renda reduziram a pobreza e a miséria no país, em 2024, para novos pisos históricos. Em apenas um ano, 8,6 milhões de brasileiros deixaram a pobreza, e 1,9 milhão saíram das condições de miséria, conforme dados da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS), divulgados, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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No ano passado, o Brasil tinha 48,9 milhões de habitantes vivendo abaixo da linha de pobreza, o equivalente a uma fatia de 23,1% da população sobrevivendo com cerca de R$ 23,13 por dia. No ano anterior, em 2023, 27,3% da população vivia em condições de pobreza, 57,6 milhões de pessoas. Já o contingente de miseráveis correspondia a 3,5% da população do país em 2024, o equivalente a 7,4 milhões de brasileiros em situação de pobreza extrema, sobrevivendo com menos de R$ 7,27 por dia. Em 2023, porém, o número de miseráveis somava 9,3 milhões, 4,4% de toda a população.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou os dados de redução da pobreza e da extrema pobreza no país, divulgados pelo IBGE. Segundo o presidente, há mais dinheiro circulando entre os trabalhadores por causa da redução geral dos preços e crescimento dos salários. "Nós temos, hoje, a menor inflação acumulada em quatro anos. Hoje, nós temos o maior crescimento do salário mínimo, o maior crescimento da massa salarial deste país. Hoje, nós temos o menor desemprego da história deste país. E hoje, nós temos o menor índice de pobreza de todos os 525 anos de história desse país. Por uma razão muito simples, o dinheiro está chegando na mão do povo", afirmou durante visita ao polo automotivo do Ceará, em Horizonte. A cerimônia marcou o início da produção de veículos elétricos da General Motors no Brasil.

Conforme os dados do IBGE, tanto o total de pessoas vivendo em situação de pobreza quanto o de indivíduos em condições miseráveis desceram em 2024 ao patamar mais baixo da série histórica, seja em números absolutos, seja como proporção da população. A série histórica da pesquisa do IBGE, que usa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, teve início em 2012.

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pri-0412-renda (foto: Lucas Pacífico)

Parâmetros

Pelos critérios dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e recomendações do Banco Mundial, a pobreza extrema é caracterizada por uma renda familiar per capita disponível inferior a US$ 2,15 por dia, o equivalente a um rendimento médio mensal de R$ 218 por pessoa em 2024, na conversão pelo método de Paridade de Poder de Compra (PPC) — que não leva em conta a cotação da taxa de câmbio de mercado, mas o valor necessário para comprar a mesma quantidade de bens e serviços no mercado interno de cada país em comparação com o mercado nos Estados Unidos. Já a população que vive abaixo da linha de pobreza é aquela com renda disponível de US$ 6,85 por dia, o equivalente a R$ 694 mensais por pessoa em 2024.

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O índice de Gini do rendimento médio domiciliar per capita de todas as fontes — indicador que mede a desigualdade de renda, numa escala de 0 a 1, em que, quanto mais perto de 1 o resultado, maior é a concentração de riqueza — desceu de 0,517, em 2023, para a mínima histórica de 0,504, em 2024.

Entretanto, foram os benefícios de programas sociais que impediram que a desigualdade fosse mais elevada: se excluída a renda proveniente dessas transferências, o Índice de Gini teria saído de 0,554 em 2023 para 0,542 em 2024. (Com informações da Agência Estado e da Agência Brasil)

 

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postado em 04/12/2025 03:59
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