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270 empresas abertas representam 18% do PIB brasileiro

Presidente da Abrasca, Pablo Cesário, comenta sobre estudo realizado em parceria com a FGV revelando que 270 companhias listadas na Bolsa geraram R$ 2,1 bilhões em valor adicionado na economia, o equivalente a 18% do PIB de 2024

Pablo Cesário, da Abrasca: 
270 empresas listadas na Bolsa representam 18% do PIB -  (crédito:  Pedro Mesquita/CB/D.A. Press)
Pablo Cesário, da Abrasca: 270 empresas listadas na Bolsa representam 18% do PIB - (crédito: Pedro Mesquita/CB/D.A. Press)

As companhias abertas, empresas com capital negociado na Bolsa de Valores, têm um importante peso na economia. Conforme dados de pesquisa recente da Fundação Getulio Vargas (FGV), em parceria com a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), em 2024, 270 empresas de maior relevância listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), geraram, em 2024, R$ 2,1 trilhões de valor adicionado ao Produto Interno Bruto (PIB), que somou R$ 11,7 trilhões, no ano passado, o que equivalente a 17,9% da produção de riqueza do país.

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Os números foram apresentados pelo presidente-executivo da Abrasca, Pablo Cesário, em entrevista ao Podcast do Correio feita pelas jornalistas Denise Rothenburg e Rosana Hessel. Na conversa, Cesário detalhou os principais números do estudo e destacou que a renda média dos trabalhadores das empresas listadas na B3 está bem acima da média nacional, de R$ 3,4 mil ao mês, atualmente, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo, segundo o executivo, focou três aspectos: governo, com foco no pagamento de tributos; pessoal, com pagamento aos funcionários; fornecedores, com os pagamentos realizados às cadeias produtivas.

"Os números são realmente impressionantes. Essas 270 empresas são responsáveis por 18% do PIB e são responsáveis por 23% de toda a arrecadação tributária do país", destacou o executivo.

O presidente da Abrasca enfatizou que essa lista de emperass é a coluna vertebral da economia nacional e o pulmão fiscal e produtivo do país, sendo que, quando elas vão vem, o PIB também cresce. "Estamos chamando de coluna vertebral, porque, de fato, é um elemento que estrutura toda a economia, porque uma empresa dessa tem cadeias e, por isso, que elas são tão importantes para competitividade, em geral, da economia, porque elas organizam a economia e principalmente se organizam como se compete globalmente", frisou.

De acordo com o Cesário, o estudo revela que, além das contribuições com o Estado e a cadeia econômica do país, essas corporações geram 2,8 milhões de empregos e reportaram R$ 344,3 bilhões de remuneração direta, resultando em um salário médio de R$ 10.250 por mês. Esse valor que chega ser 2,8 vezes superior à média salarial do país do ano passado, de R$ 3,7 mil mensais.

"Isso tem a ver com o nível de produtividade e nível de escolaridade altíssimo que essas companhias têm. Os salários são maiores, porque a produtividade também é muito maior, o que significa que os salários são muito maiores. Vai pagar Imposto de Renda, mas é um bom salário", disse, comentando sobre a nova faixa de isenção do Imposto de Renda, de R$ 5 mil, a partir de 2026.

Entretanto, o número de empresas abertas no país vem encolhendo, conforme os dados do estudo. Em 1990, o número de companhias listadas na Bolsa era de 579 e, no ano passado, esse número encolheu 43%, para 331. Enquanto isso, a carga tributária subiu de 26,5% do PIB, em 1997, para 32,3% do PIB, em 2024.

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"Houve um aumento de tributação para as empresas. Então, o país foi no caminho contrário do mundo. Enquanto o mundo está diminuindo o imposto no consumo, aumentando Imposto de Renda para as pessoas físicas, para um beneficiário final e diminuindo o imposto entre empresas", explicou. Para Cesário, o governo tem errado a mão na política tributária e a reforma recente, que está sendo regulamentada, não é abrangente, porque afeta apenas o consumo.

Na avaliação dele, é preciso que o imposto fique nas empresas para que ele seja reinvestido para estimular que isso aconteça, mas, com a taxa básica de juros em 15% ao ano, "inviabiliza qualquer negócio". 

 

 *Estagiário sob a supervisão de Rosana Hessel

 

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CY
postado em 06/12/2025 03:55
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