
O deputado federal e titular da Comissão Especial sobre Inteligência Artificial, Júlio Lopes, acredita que o crescimento das despesas com a Previdência Social nos últimos anos atrapalha o avanço estrutural da economia brasileira nos últimos anos. Na visão do parlamentar, há uma distorção entre os recursos empenhados pelo Estado para cobrir as aposentadorias e o crescimento do PIB brasileiro.
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“A Previdência Social é a nossa âncora de desempenho econômico, porque nós somos um país que envelhecemos muito rapidamente, nosso crescimento na previdência social é de 6% ao ano, ou seja, 6% de novos entrantes todo ano, e isso se acresce o aumento real do salário mínimo de 2,5%”, disse o deputado, nesta quarta-feira (10/12), durante o debate Desafios 2026: democracia, desenvolvimento e justiça social no Brasil contemporâneo, realizado pelo Correio Braziliense.
O parlamentar reconheceu a importância de se pensar na defesa e proteção social, mas reforçou que há distorções, inclusive, em benefícios sociais. “O Bolsa Família, que era em 2008 0,6% do PIB, hoje é 1,3% do PIB. E com 1,3% do PIB, a economia não avança, porque ela está com 150 kg nas costas e diz: ‘Agora corre aí’. Não dá para correr com 150 kg nas costas”, acrescentou.
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Devedor Contumaz
Ainda durante o evento, Júlio Lopes comemorou a aprovação do Projeto de Lei (PL) do Devedor Contumaz na Câmara dos Deputados, após a votação na noite anterior. Além disso, defendeu a discussão sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Responsabilidade Fiscal, apresentada pelo próprio deputado em 2024 e que visa o controle das despesas obrigatórias, sem proporcionar cortes repentinos.
“O país está pronto para efetivamente ser protagonista do mundo, se equacionar suas contas. E é perfeitamente factível equacionar a conta. Eu, inclusive, tenho a PEC da responsabilidade fiscal que efetivamente modificará o país, se a gente racionalizar a previdência, se a gente racionalizar a defesa social em termos da pura e simples correção da inflação”, defendeu o deputado.
Sobre os desafios para 2026, o deputado também defendeu a aprovação do projeto que institui o Operador Nacional do Sistema de Combustíveis (ONSC), aos moldes do mesmo órgão que gerencia o sistema de energia elétrica. Ele relembrou as operações recentes da Receita Federal – como a Carbono Oculto e Poço de Lobato – que desvendaram fraudes no setor que envolviam, inclusive, a atuação de grupos criminosos.
“Agora, posto de gasolina no Brasil virou caixa automático do crime organizado. Está tudo na mão da criminalidade. R$ 62,5 bilhão de evasão só no crime do posto de gasolina. Ontem (terça), aprovamos (a lei) do Devedor Contumaz e vamos aprovar uma lei minha que é a pura e simples digitalização do controle de combustível no Brasil”, destacou Lopes.
