
A história de mais de 300 anos do capitalismo mundial tem fracassado no objetivo de reduzir as desigualdades sociais e econômicas, na avaliação do professor emérito e ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB) José Geraldo da Silva Júnior. Na visão do acadêmico, a própria fórmula desse modelo gera o que ele chamou de “tremenda desigualdade”, além de reforçar diversas formas de exploração.
“Como é que a gente pode se conformar mesmo com a retórica das nossas argumentações, é um discurso que se conforma com essa exploração, que leva em conta que há uma desigualdade brutal que não foi resolvida do ponto de vista de todas essas promessas”, disse o ex-reitor, nesta quarta-feira (10/12), durante o CB Debate, com o tema Desafios 2026: democracia, desenvolvimento e justiça social no Brasil contemporâneo.
Ele destacou que há dados do Banco Mundial e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísitica (IBGE) que reforçam a tese de que a redução das desigualdades com o capitalismo foi um “rotundo fracasso”. “(O capitalismo) Prometeu incluir e tem uma desigualdade brutal. 1% da população detém mais de 50% da renda do mundo. É um tremendo fracasso”, acrescentou o professor.
José Geraldo disse que o problema estrutural da economia não é o déficit, e sim o subsídio. Nesse contexto, ele defendeu a proposta de adequação do regime de trabalho da atual escala 6x1 ao que ele chama de um regime que garanta os “fundamentos de uma vida decente”.
“No mundo todo, a gente está assistindo propostas de países – que não são países socialistas – de voltar a escalas de trabalho com a dignidade dos tempos de humanidade, por exemplo, jornadas que possam garantir aqueles fundamentos de uma vida decente”, disse o ex-reitor, que acrescentou: “Quem quer pedir austeridade, um nome muito conveniente para ele justificar reprimir qualquer forma de reivindicação social, é o que implica fazer escolhas. A proposta de justiça”.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Economia
Economia
Economia