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No comando do Athletico-PR, Paulo Turra contará com as lições de Scolari

Ex-auxiliar do aposentado Luiz Felipe Scolari, Paulo Turra faz primeiro jogo à frente do comando técnico do Furacão. Veja como os seis anos de pós-graduação com o campeão mundial moldaram o estilo do treinador para o desafio

Danilo Queiroz
postado em 14/01/2023 06:00
 (crédito: José Tramontin/Athletico-PR)
(crédito: José Tramontin/Athletico-PR)

No fim do ano passado, o futebol brasileiro testemunhou o encerramento de uma era de grandes conquistas à beira do campo com a aposentadoria de Luiz Felipe Scolari. Campeão do mundo com a Seleção Brasileira na Copa de 2002, o experiente treinador "pendurou a prancheta" aos 74 anos para assumir um cargo de gestão no Athletico-PR, clube pelo qual chegou à final da Libertadores de 2022. Felipão, porém, deixou seu legado em um substituto. A partir de hoje, o fiel escudeiro Paulo Turra sai do cargo de auxiliar para ser o técnico principal do Furacão.

A parceira de Turra e Scolari durou seis anos, mas começou antes disso. Em 2011, o jovem treinador dava os primeiros passos na carreira e acumulou experiência em um estágio com o futuro parceiro no Palmeiras. Paulo também teve períodos de aprendizado ao lado de Muricy Ramalho e Tite. Antes de assumir de vez o cargo de auxiliar de Felipão, o novo treinador do Athletico-PR foi o dono da prancheta de outros times do estado. Primeiro, passou pelo Operário. Depois, chegou ao Cianorte, onde conquistou o único título da carreira: a Divisão de Acesso do Campeonato Paranaense.

Em 2017, foi convidado por Felipão para integrar a comissão técnica do Guangzhou. Na China, deixou os holofotes para dar um upgrade de modernidade nos modelos de treinamentos adotados por Scolari. A parceira se manteve no Palmeiras — onde Turra chegou a dirigir a equipe em algumas partidas da campanha do título do Campeonato Brasileiro de 2018 —, Cruzeiro, Grêmio e Athletico-PR. A missão dele era, basicamente, dividir, sob a tutela do mentor, o comando dos treinamentos de campo. O técnico escolhia os esquemas e o auxiliar os executava com os jogadores.

"Nos treinamentos, nas palestras, vídeos, sempre dou para minha equipe alguma coisa para fazer. Trabalhar em campo, vídeo. Então, os jogadores estão acostumadíssimos com Paulo Turra, Carlos Pracidelli e Wesley Carvalho. Eles estarão na beira do campo e farão muito melhor do que eu", pontuou Felipão em coletiva de imprensa após um jogo contra o Fluminense. Dias depois, com Scolari suspenso, o auxiliar teve a missão de dirigir o Furacão no empate por 2 x 2 com o Palmeiras. O resultado colocou o Furacão na final da Libertadores do ano passado.

Ensinamentos

A pós-graduação de seis anos fez Turra criar muitas afinidades com Felipão. O novo técnico do Furacão, porém, reitera ter conceitos pessoais consolidados. "A minha ideia de jogo é ter uma equipe muito intensa. Temos jogadores com essas características. Minha ideia é ter o controle do jogo. E esse controle pode ser tanto com uma equipe com mais posse de bola ou se optarmos por uma equipe mais vertical. Mas a intensidade vai ser muito forte por parte da nossa equipe. O nosso torcedor pode ter certeza disso", detalhou.

Agora diretor-técnico do Athletico-PR, Scolari foi um dos entusiastas na aposta do time paranaense no pupilo e antigo braço-direito. "É a maior oportunidade da minha carreira, por se tratar do Athletico, com toda história que tem, de títulos, performance e pela estrutura. Eu me sinto grato por ter essa confiança do clube, por ter a confiança do nosso torcedor. Todos estão me dando essa oportunidade", destacou Turra. A ideia do time paranaense é ter uma espécie de continuidade no trabalho, mesmo com a mudança de comando.

Nos últimos meses como treinador, Felipão levava a campo um time no 4-2-3-1, com variações ocasionais para o 4-4-2 e o 4-3-3, a depender da situação do jogo e do adversário. No primeiro da caminhada no comando do Athetico-PR, Paulo Turra deve colocar em campo, hoje, às 16h, contra o Rio Branco-PR, fora de casa, um time com um espelhamento bem próximo ao da formação padrão adotada por Scolari. O Fucarão deve atuar com Bento; Khellven, Thiago Heleno, Pedro Henrique e Pedrinho; Erick, Fernandinho e David Terans; Vitinho, Canobbio e Pablo.

A diferença, basicamente, está em alguns nomes. Referência na lateral-esquerda, Abner foi vendido ao Betis. Vitor Roque será desfalque por estar jogando o Sul-Americano com a Seleção Brasileira Sub-20. O conceito de trabalho, porém, será o consagrado pelas várias famílias Scolari. "Somos todos um time. Fazemos parte de uma mesma equipe. E todos têm a sua importância, cada um dentro da sua área. Então, se cada um se preocupar em fazer seu trabalho com excelência, pode ter certeza de que a vitória em uma partida de futebol se torna mais possível", garantiu Turra.

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