FUTEBOL

Brasileirão: com rodadas seguidas, a ordem é poupar

O batidão de compromissos evidencia os desafios encarados pelos técnicos no sentido de gerir a energia do elenco e sempre colocar em campo força máxima

Na primeira rodada do torneio nacional, Fluminense escalou o time de maior média de idade. Hoje, entrará em campo contra o Bahia modificado -  (crédito: Lucas Merçon/Fluminense)
Na primeira rodada do torneio nacional, Fluminense escalou o time de maior média de idade. Hoje, entrará em campo contra o Bahia modificado - (crédito: Lucas Merçon/Fluminense)
postado em 16/04/2024 06:00

A temporada 2024 da Série A do Campeonato Brasileiro começou em ritmo frenético. Hoje, às 21h30, quando se completarem pouco mais de 48 horas do apito final do último compromisso da primeira rodada, Bahia e Fluminense estarão no gramado da Arena Fonte Nova, em Salvador, para dar o pontapé inicial na segunda jornada do certame nacional. E a terceira está agendada já para o fim de semana. Ao fim dela, todos os participantes da elite terão atuado três vezes em um curto espaço de nove dias. O batidão de compromissos evidencia os desafios encarados pelos técnicos no sentido de gerir a energia do elenco e sempre colocar em campo força máxima.

E há várias nuances responsáveis por dificultar o equilíbrio na equação. Um deles está relacionado ao fator idade. Embora a utilização de jogadores mais rodados agregue em experiência, ela é uma das principais vilãs dos técnicos nas tentativas de manutenção do 11 inicial durante uma sequência de compromissos, um dos pontos vistos como triunfo para ampliar o entrosamento em campo e maximizar o desempenho das equipes. Com o pouco tempo de descanso entre as três rodadas inaugurais da Série A, dificilmente um clube conseguirá repetir a mesma escalação. Mas há casos onde a situação etária complica ainda mais a missão.

Protagonista da abertura da segunda rodada, o Fluminense é quem mais quebra a cabeça para solucionar a questão. De acordo com levantamento do Correio, o tricolor escalou o time mais velho entre os 20 clubes envolvidos na abertura do torneio nacional. A formação com Fábio; Samuel Xavier, Felipe Melo, Martinelli e Marcelo; André, Lima e Ganso; Arias, Marquinhos e Cano tem uma média de idade de 31,4 anos. Fortaleza, com 31,2, e Criciúma, com 31,1, fecham o top 3 no quesito. Rival no jogo da Arena Fonte Nova, o Bahia aparece na nona colocação, com 29,0. Embora a tática de utilizar nomes experientes tenha gerado frutos na conquista da Libertadores de 2023, repeti-la faz Fernando Diniz quebrar a cabeça visando a sequência no Brasileirão.

Hoje, o técnico deve ter dois desfalques causados por desgaste físico. Felipe Melo, 40 anos, e Marcelo, 35, foram poupados do treinamento de ontem, no Rio de Janeiro. As ausências devem, inclusive, modificar a posição do tricolor no ranking de média de idade da segunda rodada do Brasileirão. A dosagem de força é essencial no planejamento para os atletas não ficarem fora por uma sequência maior de jogos no futuro e não se trata de algo novo no Fluminense. Outros clubes também adotam a prática. Nos discursos dos treinadores, inclusive, houve uma quebra de paradigma e a melhor escalação não é mais a de maior nível técnico e, sim, de melhor preparo físico.

Quando aliado com as perspectivas de sequência do Brasileirão, o ranking de média de idade deixa claro: não há mais uma ciência exata para repetir uma mesma escalação no maior número de partidas possíveis. Nem mesmo quem optou por utilizar uma equipe mais jovem deve escapar de realizar trocas de olho na segunda partida do Brasileirão. Para conquistar os três pontos fora de casa contra o Vitória, o Palmeiras jogou com a segunda equipe mais jovem da primeira rodada. Os 26,1 anos de média dos escolhidos por Abel Ferreira ficam atrás somente dos 24,5 do Bragantino, rival justamente do Fluminense na largada do torneio. Mesmo assim, o alviverde teme os efeitos do desgaste. Contra o Internacional, amanhã, no Allianz Parque, a equipe paulista deve começar com outra formação.

No caso palmeirense, a idade ficou em segundo plano e um fator ligado diretamente ao andamento do jogo foi primordial para provocar mudanças imediatas: o palco do jogo. "É um gramado que nos vai deixar marcas para o próximo jogo. Vocês viram a dificuldade de quem entrou, quem iniciou. Os jogadores chegaram no vestiário e nem força tinham para tirar o uniforme", advertiu Abel. O técnico ainda utilizou o novo mantra para prospectar o compromisso contra o Inter. "É fazer gestão de energia para jogar na máxima força. É difícil (o calendário), mas temos que acreditar em todos os jogadores, preparar todos para jogar. E seguir a toada de proporcionar bons espetáculos, o Palmeiras chama público e ganhar, que é o que queremos", garantiu.

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