Futebol americano

Super Bowl LIX marca revanche e chance de craques fazerem história

Partida entre Philadelphia Eagles e Kansas City Chiefs, em Nova Orleans, define o 59º campeão da NFL e chance de craques entrarem para a eternidade; Kendrick Lamar é a atração no show do intervalo

Hurts mira revanche para o Eagles e Mahomes quer levar o Chiefs a ser o primeiro tricampeão consecutivo do Super Bowl -  (crédito: Kevin Sabitus/NFL)
Hurts mira revanche para o Eagles e Mahomes quer levar o Chiefs a ser o primeiro tricampeão consecutivo do Super Bowl - (crédito: Kevin Sabitus/NFL)

Quanto vale entrar para a história? No esporte, ela é escrita pelos campeões, e os da NFL são conhecidos no principal palco do futebol americano: o Super Bowl. A 59ª edição do megaevento colocará frente a frente o atual bicampeão e dono de uma dinastia recente na liga, o Kansas City Chiefs, contra um dos times mais tradicionais da modalidade, o Philadelphia Eagles. A partir das 20h30, com transmissão da ESPN, RedeTV, Star+ e NFL Game Pass, eles medem forças no Caesars Superdome, em Nova Orleans, para decidir quem carimba o ticket de entrada na eternidade.

A partida marca a revanche da edição de 2022. Na ocasião, Kansas City levou a melhor e deu início a era de domínio da franquia, que chegou ao Super Bowl cinco vezes nos últimos seis anos. No entanto, o placar de 35 x 38 foi sacramentado após uma falta polêmica marcada pelas zebras a favor do time do Missouri e deixou um gosto amargo para o adversário. Agora, eles têm a chance de dar o troco.

Ganhar o anel de campeão já é o suficiente para enriquecer o legado de qualquer jogador. No entanto, dois personagens da noite sonham ainda mais em levantar o troféu Vince Lombardi: Saquon Barkley, running back dos Eagles, e Patrick Mahomes, quarterback do Chiefs. Principais estrelas da noite, a dupla está a um passo de entrar para a história, mas cada um com a própria caminhada.

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Contratado nesta temporada após anos de altos e baixos no New York Giants, Barkley demonstrou todo o potencial que dele se esperava quando foi selecionado com a segunda escolha geral do draft de 2018. Junto de uma linha ofensiva potente, liderada por Jordan Mailata e Lane Johnson, o camisa 26 se tornou o nono jogador a ultrapassar a marca de 2 mil jardas corridas na temporada regular. Se somar com os playoffs, já são 2.447, apenas 29 atrás do recorde de quase três décadas de Terrell Davis, em 1998.

Outra marca perto de ser quebrada é o de jardas de scrimmage (corridas e recebidas). Aniversariante do dia, completando 28 anos, Saquon precisa de apenas mais três para superar a casa de 2.762 e deixar Davis para trás novamente. De quebra, ele ainda pode se tornar o primeiro jogador a marcar um touchdown no Super Bowl na data em que assopra as velinhas. O título será a cereja do bolo para coroar uma temporada brilhante, na qual foi eleito o melhor jogador ofensivo da NFL e foi finalista do prêmio de MVP.

Já Mahomes dispensa comentários. Maior astro da NFL nos últimos anos, o quarterback não foi tão brilhante durante a fase regular, mas encontrou formas de vencer e perdeu apenas um jogo. Nos playoffs, foi decisivo e levou o Chiefs à final novamente. Se repetir a dose dos últimos dois anos, ele pode fazer a franquia se tornar a primeira a ser tricampeã de forma consecutiva do Super Bowl, feito que nem os maiores craques do passado alcançaram.

No âmbito pessoal, uma nova vitória o alçaria ao posto de segundo quarterback com mais anéis na história, atrás apenas de Tom Brady, dono de sete. Ele se igualaria a Teddy Bradshaw e Joe Montana, todos com quatro. Aos 29 anos, o camisa 15 formaria um currículo de dar inveja para qualquer um. Já são dois MVPs, três títulos e sete finais de conferência em apenas oito anos como titular.

Os talentos em campo, porém, vão além da dupla. Apesar da maioria dos holofotes no ataque do Eagles serem voltados para Barkley, Jalen Hurts é outra estrela pronta para brilhar no grande palco. O QB somou 374 jardas totais e quatro touchdowns no Super Bowl LVII, mas a derrota ofuscou a performance. O reencontro com o Mahomes, inclusive, irá marcar apenas a quarta vez que uma dupla de quarterbacks titulares volta a se enfrentar na grande decisão novamente, repetindo feitos das lendas Terry Bradshaw x Roger Staubach, Troy Aikman x Jim Kelly e Eli Manning x Tom Brady. A má notícia para o jogador de Philly é que, nas ocasiões anteriores, o vencedor do primeiro duelo também levou a melhor no segundo.

No lado ofensivo, ainda há espaço para citar os recebedores A.J. Brown e DeVonta Smith, enquanto pelo Chiefs o alvo favorito é o tight end Travis Kelce, já aos 35 anos, mas que reencontrou o bom nível nos playoffs. Porém, se o lema é que o ataque ganha jogos e a defesa vence campeonatos, os dois lados estão bem servidos para levantar o troféu. As duas unidades estão entre as melhores da NFL em pontos sofridos e jardas cedidas, muito em razão das mentes brilhantes na comissão técnica.

Coordenador defensivo do Eagles, Vic Fangio organizou a casa e contou com peças importantes para montar uma defesa dominante. Zach Baun saiu do anonimato e se tornou uma força no meio do campo, Jalen Carter se estabeleceu como um dos melhores da posição e os calouros Cooper DeJean e Quinyon Mitchell encaixaram como uma luva. No Chiefs, a função é de Steve Spagnuolo. Parceiro de longa data do técnico Andy Reid, ele ficou conhecido por desenhar coberturas exóticas que fazem a diferença, principalmente nos momentos decisivos, e tirar o melhor de nomes como Chris Jones, Trent McDuffie e George Karlaftis.

Hora do show

O torcedor que tirou do bolso a quantia entre R$ 38 mil e R$ 330 mil para garantir um ingresso, vai ver um espetáculo que vai muito além da partida e é um dos mais aguardados do Super Bowl: o show do intervalo. Quem comanda a festa é o rapper Kendrick Lamar, voz do hit Not like us e dos sucessos All the stars, Loyalty e mais, com participação especial da cantora SZA. O dia ainda terá performances de Post Malone, Jon Batiste, Trombone Shorty, Lauren Daigle e Ledisi.

 
 
 
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Já nos camarotes, outra estrela com presença certa é Taylor Swift. A diva do pop vive romance de mais de um ano com Travis Kelce, tight end do Chiefs, e terá um conflito interno na noite de domingo. Nascida na Pensilvânia, ela cresceu torcedora do Eagles e cita o time na música Gold Rush, mas virou talismã do Chiefs após assumir o romance com o atleta da equipe. O problema para os fãs de Philadelphia é que a loirinha é pé quente. A cantora esteve presente em dez partidas de Kansas City na temporada, e em todas a equipe do amado levou a melhor.

Independente da superstição, é este o cenário para Eagles e Chiefs no maior evento esportivo dos Estados Unidos, acompanhado por uma audiência de mais de 200 milhões de pessoas mundialmente. Quando o tempo no relógio acabar, só um deles irá entrar de vez na história.

Arthur Ribeiro*
AR
postado em 09/02/2025 00:01
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