
Julia Isabelle Bergmann. Pelo sobrenome, você deve desconfiar que ela tem um "pézinho" fora do Brasil. E tem mesmo. Filha de pai alemão e de mãe brasileira, nasceu em Munique, mas se mudou para Santa Catarina aos 10 anos. Viveu em Brusque, onde a paixão pelo vôlei se desenvolveu e a portas dos ginásios se abriram para viver do esporte. Embora tenha raízes na Alemanha, jamais cogitou "virar a casaca". Como consequência do destino, defende a Seleção Brasileira em duelos eletrizantes e decisivos contra o país de nascença, como o desta quinta-feira (24/7), às 15h, pelas quartas de final da Liga das Nações (VNL). O SporTV2 transmite.
"Nunca pensei em jogar pela Alemanha, pois foi no Brasil onde comecei no vôlei, aos 11 anos. Todo meu crescimento no vôlei foi no Brasil. Sou muito grata pelas pessoas que fizeram parte desse processo, desde a base até agora", contou Julia Bergmann em entrevista ao Correio, durante passagem da Seleção por Brasília, em 2023.
Apesar da relação com a Alemanha, Julia costuma encarar os duelos contra a Alemanha com naturalidade. "Nunca tive essa rivalidade. Acredito que estão fazendo um bom trabalho. Conversei com algumas meninas de lá algumas vezes. É um time alto e muito bom. Não podemos subestimar. Não existe nada de rixa ou sentimento contra a seleção", desmistificou.
O confronto desta quinta não será o primeiro de Julia contra a Alemanha nesta temporada. Em 7 de junho, anotou 15 pontos e foi um dos elos entre a Seleção e vitória suada na fase classificatória, no Rio de Janeiro, por 3 sets a 2. Além das alemãs, a França levou jogo contra o Brasil para o tie-break. A Itália foi a única equipe a desbancar o time treinado por José Roberto Guimarães.
Embora a fase seja boa, a partida demanda alto nível de concentração do Brasil. Qualquer descuido pode resultar na eliminação e em nova frustração de conquistar o inédito título da Liga das Nações. No ano passado, o cenário era melhor na fase aguda, mas teve desfecho melancólico. O Brasil ostentava 13 jogos de invencibilidade até perder para o Japão na semifinal.
Os melhores resultados do Brasil no torneio criado em 2018 para substituir o Grand Prix são os vices nas edições de 2021 e de 2022 para Estados Unidos e Itália, respectivamente.
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Por essa e outras, todo cuidado é pouco. A Alemanha assegurou vaga nas quartas de final com a segunda pior campanha, mas ensaia crescer no mata-mata. A seleção tem a melhor receptora da competição, a ponteira Lina Alsmeier, com 106 bolas amortecidas, e a segunda sacadora mais eficiente da liga, a central Weitzel, com 19 aces.
"O jogo será difícil. Sabemos que elas têm uma boa qualidade no ataque e no bloqueio. Jogamos contra elas na primeira semana, mas nos preparamos durante toda a competição, e agora é a hora de fecharmos com tudo", analisou na véspera do confronto.
Hoje, Julia pode assumir o posto de principal pontuadora do Brasil nesta edição da VNL. Responsável por 159 pontos da Seleção no torneio, o talento "importado" está a 12 bolas de se igualar à companheira Ana Cristina, desfalque devido a uma lesão no menisco.
O retrospecto recente é favorável à Seleção Brasileira, com vitórias nos últimos cinco jogos contra as alemãs. O placar mais comum nos duelos tem sido de 3 sets a 1. O vencedor de hoje enfrentará na semifinal de sábado Japão ou Turquia, que medem forças nesta quinta-feira, às 11h30.
Na quarta-feira (23/7), a Itália prolongou a invencibilidade ao confirmar o favoritismo e despachar os Estados Unidos, por 3 sets a 0, com parciais de 25/22, 25/21 e 28/26. As atuais campeãs olímpicas e da Liga das Nações terão pela frente a Polônia, algozes da China com o triunfo por 3 a 2.
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