Atletismo

Caio Bonfim fecha para balanço: saiba como foi o ano do campeão mundial

Após encerrar temporada de alto rendimento com o ouro nos 20km e a prata nos 35km no Mundial de Tóquio, Caio Bonfim tira tempo para descansar e se dedicar à família. Correio passa a temporada a limpo

Ouro no Mundial foi forjado com bons desempenhos na temporada 2025 -  (crédito: Andrej Isakovic/AFP)
Ouro no Mundial foi forjado com bons desempenhos na temporada 2025 - (crédito: Andrej Isakovic/AFP)

A volta de Caio para casa depois das conquistas de uma medalha de ouro nos 20km e uma prata nos 35km no Campeonato Mundial, em Tóquio, no Japão, restabelece os turnos de plantão na família Bonfim. O marchador brasiliense não é somente atleta e sargento da Força Aérea Brasileira (FAB). A esposa conta ao Correio: ele é pai e marido presente. Na última vinda à redação, ele brincou depois da entrevista. "Deixa eu ir que estou atrasado para render a Juliana". "Ele fica com as crianças de 18h à 0h e de 6h às 9h", conta a mãe de Miguel, 6 anos, Théo, 4, e do recém-nascido Manuel, de dois meses. Sem novas competições no radar, a rotina será mais tranquila até a virada do ano.

A temporada de alta performance acabou. Caio começa a desacelerar e planejar 2026. O maior desafio será o Mundial de Marcha Atlética por equipes, em 12 de abril, em Brasília. Obsessão do marchador, a prova será realizada na Esplanada dos Ministérios. "Tenho que chegar em forma. Como atleta, tenho que me blindar um pouco desse peso. Do contrário, eu não darei duas passadas. Estou estudando o percurso com antecedência. Isso é um privilégio. A medalha olímpica trouxe esse poder e o prazer de competir em casa. Doze de abril de 2026 vai ser a realização de um sonho", disse ao Correio em 12 de agosto.

Antes de de pensar em 2026, Caio Bonfim deve tirar 30 dias de descanso e cuidar do corpo, principalmente da musculatura, a fim de prevenir lesões. O histórico de passagem pelo departamento médico é pequeno e conta a favor do principal nome da marcha atlética no Brasil. A última contusão grave faz 11 anos. Em 2014, o atleta sofreu uma contratura no músculo posterior da coxa direita e passou duas semanas parado. Depois da prata nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, a temporada de 2025 é mais uma para guardar do lado esquerdo peito e na memória.

Caio Bonfim acumulou resultados expressivos em praticamente todas as competições nas quais esteve presente durante nove meses. A temporada marcou mais um capítulo de destaque na carreira do marchador de Sobradinho. Desde o início do ano, o brasiliense mostrou consistência, técnica refinada e uma capacidade única de evoluir prova após prova. As performances internacionais, principalmente na Ásia e na Europa, reforçaram a condição de atleta de elite no cenário mundial da marcha atlética. Em janeiro, ele terminou em 6º lugar no GP de Taicang, na China, nos 20 km, com o tempo de 1h18m20s. A disputa marcou o início de uma série de desempenhos sólidos.

Em fevereiro, Caio participou do Campeonato Japonês de Marcha Atlética, em Kobe, e garantiu o 3º lugar na prova de 20 km, estabelecendo a melhor marca pessoal na carreira, com 1h17m37s. O resultado serviu de aquecimento em direção aos triufos no Mundial. Antes disso, março trouxe mais uma vitória nacional: o brasiliense conquistou a Copa do Brasil de Marcha Atlética, em São Paulo, pela 14ª vez consecutiva, percorrendo os 20 km em 1h21m48s. O feito consolidou a hegemonia no cenário doméstico e mostrou a consistência de atleta dominador há mais de uma década.

Em abril, Bonfim voltou a brilhar fora do país. No GP Internacional de Rio Maior, em Portugal, ele venceu os 20 km, com 1h20m47s, reafirmando a capacidade de competir em altos níveis contra adversários internacionais. Maio trouxe um desafio maior: na etapa de Varsóvia do Circuito Mundial de Marcha Atlética, Caio terminou como vice-campeão nos 20 km, com 1h21m34s. Já em junho, no Grande Prêmio Internacional Madrid, percorreu 10 km em 38m55s, garantindo mais uma medalha de prata em uma distância na qual não trata como especialidade.

Na abertura do Troféu Brasil, em julho, também em São Paulo, Caio superou a si mesmo e melhorou o próprio recorde brasileiro e sul-americano, completando os 20 km em 1h18m37s, dois segundos acima da marca do principal objetivo do ano. Setembro, então, trouxe o ápice da temporada. No Campeonato Mundial de Atletismo, em Tóquio, Caio conquistou a medalha de prata nos 35 km, com 2h28m55s, e poucos dias depois se consagrou campeão nos 20 km, com 1h18m35s. As condecorações colocaram o brasiliense entre os maiores marchadores da história e coroaram um ano de dedicação, disciplina e superação.

Ao longo da temporada, Caio Bonfim mostrou evolução constante, técnica refinada e capacidade de manter ritmos fortes em diferentes condições. Cada prova, seja nacional, seja na internacional, serviu como degrau para os resultados mais expressivos, destacando a resistência, a inteligência competitiva e o talento. De janeiro a setembro, cada quilômetro percorrido transformou esforço em conquistas e consolidou uma trajetória marcada por superação e excelência. Com 2025 marcado na história, o marchador dá um tempo, mas ciente de ter subido degraus na idolatria nacional e pronto para preparar um 2026 ainda melhor.

A temporada de Caio Bonfim

  • Janeiro
    6º colocado no GP de Taicang, na China
    20 km em 1h18m20s
  • Fevereiro
    3º lugar no Campeonato Japonês, em Kobe
    20 km em 1h17m37s
  • Março
    Campeão da Copa do Brasil de Marcha Atlética
    20 km em 1h21m48s
  • Abril
    Campeão do GP Internacional de Rio Maior, em Portugal
    20 km em 1h20m47s
  • Maio
    Vice-campeão da etapa de Varsóvia do Circuito Mundial
    20 km em 1h21m34s
  • Junho
    Vice-campeão do Grande Prêmio Internacional Madrid
    10 km em 38m55s
  • Julho
    Campeão do Troféu Brasil 20 km em 1h18m37s
  • Setembro
    Prata no Mundial de Atletismo, em Tóquio nos 35 km em 2h28m55s; e Ouro no Mundial de Atletismo, em Tóquio nos 20 km em 1h18m35s

 

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postado em 24/09/2025 00:01 / atualizado em 25/09/2025 11:07
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