Eliminatórias

Ancelotti confirma quarteto contra o Chile e encerra a polêmica Neymar

Técnico da Seleção indica ataque com Estêvão, Raphinha, Gabriel Martilnelli e João Pedro, fala sobre a carência e a reinvenção do camisa 10 e concorda com Neymar sobre ausência do craque na convocação

O técnico Carlo Ancelotti falou na manhã desta quarta-feira sobre a experiência de treinar a Seleção pela primeira vez na Granja Comary, em Teresópolis, Região Serrada do Rio de Janeiro. O italiano escolheu o QG verde-amarelo para conhecer pessoalmente mais jogadores no processo de escolha do plantel para a Copa do Mundo de 2026. Classificado antecipadamente para o torneio no Canadá, nos Estados Unidos e no México, o Brasil encerrará a participação nas Eliminatórias contra o Chile, nesta quinta-feira, no Maracanã, e na próxima terça-feira, contra a Bolívia, no Estádio Municipal, em El Alto.

"O centro de treinamento é muito organizado. O ambiente é diferente do que há dentro de um clube. Eles falam todos o mesmo idioma, têm a mesma cultura, então, creio é muito mais fácil. Aproveito para passar tempo com quem conheço menos, falar com eles para tentar conhecer um pouco mais as pessoas. É um ambiente muito positivo. Nessa convocação, temos jogadores novos e estou contente com eles. Trabalham bem, estão focados no trabalho. A ideia é ser capaz de ter esse ambiente até a Copa do Mundo”.

Depois de elogiar as instalações, Carlo Ancelotti comentou mais uma vez a ausência de Neymar na lista. No último domingo, o camisa 10 do Santos disse que não tinha lesão e a escolha de não tê-lo nesta Data Fifa foi técnica.

"Normal. Eu creio que é a verdade. É uma decisão técnica que se baseia em muitas coisas. Do que o jogador está fazendo, o que tem feito. E também o problema que ele teve. Quando eu falo do critério físico, é um critério que toda a comissão acha muito importante", observou.

Na terça-feira, Carlo Ancelotti ensaiou o Brasil com quatro atacantes: Estêvão, Raphinha, João Pedro e Gabriel Martinelli. "Queremos fazer uma boa pressão ofensiva e jogar rápido com bola. Acho que podemos repetir o jogo contra o Paraguai para a torcida ficar contente. No treino, tivemos quatro atacantes e a ideia é não mudar muito para o jogo contra o Chile. Não vou colocar muitos atacantes também para não perder o equilíbrio e conseguirmos defender bem”, ponderou o treinador,

O técnico comentou umas principais carências do futebol mundial: a procura por camisa 10 à moda antiga, como um Zidane, por exemplo. Na escassez, ele pensa em Raphinha e Estêvão nesse papel contra o Chile. “Creio que o futebol moderno perdeu um pouco esse tipo de jogador, que joga por dentro, como meia. O futebol está com mais extremos, fortes, rápidos. O Estêvão tem muita qualidade e pode jogar também por dentro, como estamos vendo nos treinos. Raphinha, Vinicius Junior, Martinelli, também jogam muito bem por dentro. É o que pede o futebol moderno”, observou Ancelotti.

Autor de três gols na conquista do Chelsea na Copa do Mundo de Clubes da Fifa, João Pedro iniciará a partida contra o Chile como titular e Ancelotti explicou em qual função pretende utilizá-lo. "Ele é centroavante. No último jogo do Chelsea, atuou como número 10. Essas coisas são boas para ele, que pode jogar como 10 ou centroavante. No jogo de amanhã (quinta-feira) joga como centroavante. Atrás dele, vamos ver. Temos que pensar que vou ter. Pode ser Raphinha também”, respondeu, em tom de suspense.

  • Time provável contra o Chile
  • Alisson; Wesley, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Douglas Santos;
  • Casemiro e Bruno Guimarães;
  • Estêvão, Raphinha e Gabriel Martinelli;
  • João Pedro

Ele comandará o Brasil pela primeira vez no Maracanã e falou sobre a expectativa de estrear no estádio contra o Chile. "É uma nova experiência. Muito bonita a primeira vez no Maracanã, no templo do futebol mundial. Uma nova experiência que sempre terei nas minhas recordações. Eu espero que a equipe jogue bem, que tome confiança, que tenha uma boa atitude, intensidade no jogo. É o caminho que queremos correr até o Mundial”.

Outros temas

» Critérios na convocação
Creio que três coisas: qualidade, obviamente. Todos aqui têm qualidade para estar na Seleção. Disse outro dia que precisam estar bem fisicamente, que joguem para a equipe e não individualmente. Eu escalo jogadores que podem ter menos qualidade técnica, mas que são melhores coletivamente.

» Memórias do Maracanã
A primeira memória que tenho do Maracanã não é boa para vocês. Eu lembro quando me falavam da final (última rodada do quadrangular final) de 1950. Não quero lembrá-los disso agora. Maracanã é o estádio mais importante da história do futebol mundial.

» Imersão no futebol brasileiro
O que eu mais gostei no futebol brasileiro é a paixão do torcedor nos estádios. O futebol daqui é muito organizado, sobretudo, defensivamente. As equipes defendem bem. Obviamente, falta um pouco de qualidade porque os melhores jogadores estão na Europa. As equipes competem muito bem. No último Mundial, Fluminense, Botafogo, Flamengo e Palmeiras fizeram uma boa competição ao competir com clubes europeus. Temos que enfrentar o clima, que afeta a intensidade do jogo, e o calendário muito apertado para os times. Os times nem sempre chegam na sua melhor condição física.

» Testes
Eu creio que estamos na reta final. Temos tempo para preparar nosso objetivo nesse período. Creio que é importante. Tenho ideia de um grupo bastante consolidado, fixo para a Copa do Mundo. Outros tenho que ver. Temos que aproveitar desse tempo para tentar não errar nos 26 jogadores que vão jogar a Copa do Mundo. Errar aqui é bastante fácil. Há muita concorrência, muitos jogadores com muita qualidade. Pode ser que tenhamos posições mais cobertas que outras, mas creio que não é uma posição que vai definir o êxito da Copa do Mundo. É uma equipe que define o êxito da Copa do Mundo.

» Jejum
A verdade é que depois de 24 anos sem ganhar um Mundial, é hora de ganhar. Temos uma grande responsabilidade neste sentido. Estamos fazendo o melhor trabalho possível, a CBF está trabalhando para chegarmos na Copa do Mundo na melhor condição possível. Esse jejum aumenta a responsabilidade, mas aumenta a motivação. Creio que a motivação não só da CBF ou da comissão técnica, mas do país pode ser muito importante para o êxito.

» Lucas Paquetá
É um meia que tem característica diferente de Casemiro e Bruno Guimarães. Pode jogar como meia ou como um dos três volantes. Pode ajudar em diferentes posições no campo. Quero dizer também que o sistema é para amanhã. Essa equipe pode jogar em diferentes sistemas. Depende do tipo de jogo que queremos fazer. A ideia que temos é de seguir a mesma ideia do jogo contra o Paraguai. Contra a Bolívia pode mudar esse sistema.

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