COPA AFRICANA

Copa 2026: é hora de destrinchar as falhas e qualidades do Marrocos

Correio analisa jogos do Marrocos contra Comores e Mali: posse de bola, repertório tático, perrengue contra ferrolhos e dependência de faltas e escanteios indicam ao Brasil pontos fortes e fracos para a estreia no Mundial

 Guest and Morocco's forward #10 Brahim Diaz celebrates scoring his team's first goal during the Africa Cup of Nations (CAN) group A  football match between Morocco and Comoros at Prince Moulay Abdellah Stadium in Rabat on December 21, 2025. (Photo by SEBASTIEN BOZON / AFP)
       -  (crédito: SEBASTIEN BOZON/AFP)
Guest and Morocco's forward #10 Brahim Diaz celebrates scoring his team's first goal during the Africa Cup of Nations (CAN) group A football match between Morocco and Comoros at Prince Moulay Abdellah Stadium in Rabat on December 21, 2025. (Photo by SEBASTIEN BOZON / AFP) - (crédito: SEBASTIEN BOZON/AFP)

Um boa diversão para entrar no clima do ano de Copa do Mundo é brincar com um palíndromo — frase lida da mesma forma de trás para frente com o mesmo significado — envolvendo o primeiro adversário do Brasil na fase de grupos: "Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos". A outra é sentar-se à frente da tela de um dispositivo com caneta e papel para estudar a seleção anfitriã da Copa Africana de Nações.

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O CORREIO BRAZILIENSE NOGoogle Discover IconGoogle Discover SIGA O CB NOGoogle Discover IconGoogle Discover

Empenhado no fim da abstinência de 50 anos sem a conquista do título continental, Marrocos entrou em campo duas vezes no torneio sob a lupa da comissão técnica do Brasil. Venceu Comores e empatou com Mali.

O quarto lugar na Copa do Mundo de 2022, a liderança no ranking da Fifa entre as seleções do continente africano e o título recente do Mundial Sub-20 no Chile dão protagonismo na Afcon 2025. A expectativa pela estreia contra o Brasil em 13 de junho no MetLife Stadium, em New Jersey, Estados Unidos, aumenta a curiosidade.

Walid Regragui tem 44 jogos no Marrocos. Uma das características do trabalho dele é a variação tática. Desde que ele assumiu, os sistemas táticos utilizados no início das partidas foram o 4-3-3, 4-2-3-1, 4-1-4-1 e 5-4-1 contra a França, o mais poderoso dos adversários na gestão do treinador.

Marrocos foi protagonista nas duas exibições na Copa Africana. A vitória contra Comores foi praticamente um ataque contra defesa e expôs algumas deficiências quando a seleção precisa propor o jogo. Houve 70% de posse de bola e 16 finalizações. Paciente até demais, o time trocou 648 passes.

Apesar do amplo domínio na partida, Marrocos fez só dois gols. Um de Brahim Díaz e outro com a plasticidade de uma bicicleta de Ayub El Kaabi. Comores adotou um bloco baixo e testou a paciência dos donos da casa. Walid Regragui alternou ações pelos lados do campo, infiltrações pelo meio, mas houve muita dificuldade no chamado último terço do campo. Faltava capricho nas assistências. Quando o passe encaixava, o problema era ausência de capricho no acabamento dos lances.

A configuração tática mudou para o duelo com Mali. Marrocos passou do 4-3-3 para o 4-1-4-1. A seleção ficou mais ofensiva na tentativa de mantar o controle da bola e pressionar no campo do adversário explorando os lados do campo com triangulações. Mali fechou espaços, quebrou o ritmo da partida na força física, obrigou o adversário a usar passes longos e sofreu gol apenas em uma cobrança de pênalti de Brahim Díaz. Compacto na defesa e eficiente nas transições, Mali equilibrou a partida e arrancou empate por 1 x 1.

Alguns indicadores são relevantes para o Brasil. Marrocos ostenta a segunda maior posse de bola da Copa Africana com 66%, atrás apenas dos 67% de Burkina Faso, mas sabe se comportar sem a bola. Eliminou a Espanha com 23% nas oitavas e Portugal com 27% da Copa de 2022. Tem a segunda melhor troca de passes da Copa Africana abaixo apenas do Senegal.

  • Google Discover Icon
MP
postado em 28/12/2025 06:00
x