Vestibular

Segundo dia de provas da UnB oscila entre cálculo intenso e questões simples

Os alunos fizeram 240 questões, tentando uma das 2.102 vagas no ensino superior da instituição para o primeiro semestre de 2026

Darcianne Diogo
postado em 23/11/2025 22:42
Movimento de estudantes e pais em um dos locais de prova ontem, segundo dia do vestibular -  (crédito: Laézia Bezerra/CB/D.A Press)
Movimento de estudantes e pais em um dos locais de prova ontem, segundo dia do vestibular - (crédito: Laézia Bezerra/CB/D.A Press)

No segundo dia de provas do Vestibular da Universidade de Brasília (UnB), a sensação foi de desalento para alguns estudantes, que responderam às disciplinas de biologia, física, química e matemática. No total, eles fizeram 240 questões, tentando uma das 2.102 vagas no ensino superior da instituição para o primeiro semestre de 2026. O gabarito preliminar está previsto para amanhã, com prazo para recurso nos dois dias seguintes. O resultado final deverá ser divulgado em 4 de fevereiro.

O professor de química do Colégio Galois, Samuel Ribeiro, doutor pela UnB, disse que a prova do segundo dia manteve o perfil já conhecido pelos candidatos. "O exame costuma concentrar o peso em tópicos de física-química, e não foi diferente desta vez. De forma geral, veio dentro do esperado", afirmou. Na comparação com anos anteriores, o docente avaliou que o exame estava mais tranquilo, apesar de o tradicional ser, historicamente, "um pouco mais puxado".

Segundo Ribeiro, a química teve predominância clara de físico-química, área que exige mais cálculos e diálogo direto com conceitos de física. "Dos 32 itens que analisei, 24 eram de físico-química, o que representa cerca de 75% da prova", disse. Ainda segundo ele, a prova poderia ter abordado mais conteúdos como estequiometria. Na avaliação geral, Ribeiro destacou que a prova foi "conteudista, que valoriza o domínio de conteúdos específicos", mas também conceitual, exigindo do aluno a articulação de ideias e não apenas memorização. "A prova foi bem-feita, mas poderia ter sido melhor distribuída entre as áreas da química", afirmou.

O professor de física Flávio Brancalhão, também do Galois, disse que a prova apresentou um nível elevado, mas mostrou boa distribuição de assuntos, contemplando mecânica, eletricidade e termologia. "De forma geral, trata-se de uma prova trabalhosa, que exige uma leitura cuidadosa e apresenta itens com resoluções longas e cansativas."

Vinícius de Oliveira, coordenador de Matemática do Ensino Médio do Leonardo da Vinci, considera que a prova de matemática surpreendeu pelo nível de dificuldade menor em comparação a edições anteriores. Segundo a avaliação do professor, os candidatos que se prepararam bem saíram da sala mais confiantes, já que os textos e os itens apresentavam interpretação simples e exigiam apenas cálculos curtos ou procedimentos diretos. “Não houve nenhum item polêmico ou de resolução complexa”, destacou.

O exame teve foco predominante em conteúdos algébricos, especialmente em funções afim, quadrática e exponencial, todas cobradas em itens considerados simples. A prova também trouxe forte ênfase em probabilidade, área que apareceu em cinco questões. Em contrapartida, a geometria teve participação discreta, com poucos itens e papel secundário.

O professor chamou atenção ainda para a ausência de temas tradicionalmente temidos pelos candidatos — como números complexos, logaritmos, funções logarítmicas e análise combinatória — que haviam aparecido em anos anteriores. Os itens do tipo B também foram avaliados como “muito simples”.

Outro ponto considerado relevante foi a redução do número total de itens, de 150 para 120, o que favoreceu os candidatos. “Essa diminuição permitiu que a prova fosse resolvida com mais tranquilidade”, concluiu.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação