
A força e a resistência dos povos indígenas do Brasil ganham destaque na exposição fotográfica Demarcação Capital: Acampamento Terra Livre, da fotógrafa, indigenista e antropóloga Raissa Azeredo. A mostra será inaugurada na próxima terça-feira (4/2), no Memorial dos Povos Indígenas, e ficará aberto ao público, de forma gratuita, até 30 de março. O evento também chega ao Complexo Cultural de Planaltina em 4 de fevereiro, estendendo-se até 13 de abril.
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O projeto reúne imagens captadas pela fotógrafa ao longo de cinco anos de cobertura do Acampamento Terra Livre (ATL), a maior assembleia de povos e organizações indígenas do Brasil. O evento ocorre anualmente em Brasília desde 2004 e mobiliza cerca de 4 mil indígenas, que se reúnem para reivindicar direitos e fortalecer a luta por seus territórios. "Os povos fazem uso de seus direitos civis e dialogam com os poderes públicos e políticos, reivindicando seus direitos constitucionais", explica Raissa.
Ferramenta de resistência
A exposição apresenta 13 imagens que retratam a diversidade dos povos indígenas e a grandiosidade do ATL. Entre elas, uma das mais marcantes para Azeredo é a de uma mulher Maxacali e suas filhas, vestidas de vermelho. "Essa foto escancara a força da mulher indígena. Elas carregam seus filhos no braço e seguem firmes, percorrendo longas distâncias sob sol forte. É uma imagem que simboliza a luta pelo futuro das próximas gerações", destaca.

A escolha das imagens para a exposição não foi uma tarefa fácil. "Foram muitos anos de trabalho, incontáveis fotos impactantes e registros de lideranças que admiro. A seleção foi feita sob uma perspectiva de narrativa e curadoria artística", conta a fotógrafa.
Diálogo com o público
Apesar da forte presença indígena na história do Distrito Federal, Azeredo aponta que ainda há um grande desconhecimento sobre a cultura e as lutas dos povos originários. "Poucas pessoas sabem que há um território indígena demarcado dentro do DF e menos ainda se envolveram na luta por sua demarcação, que mesmo após seis anos de homologação ainda está sem saneamento básico. A falta de programas educacionais que contemplam a pauta indígena contribui para essa invisibilização", critica.
Para ampliar o acesso ao público, a exposição aposta na acessibilidade. Além das fotografias, os visitantes encontrarão gravações com audiodescrição e textos em braille, garantindo que pessoas cegas ou com baixa visão possam vivenciar a experiência. Crianças e pessoas não alfabetizadas também poderão acessar os conteúdos por meio dos áudios. O projeto foi viabilizado pelo patrocínio da Lei Paulo Gustavo do Distrito Federal, com realização da Onã Produções.

Serviço
Demarcação Capital: Acampamento Terra Livre
Local: Memorial dos Povos Indígenas (4/2 a 30/3) e Complexo Cultural de Planaltina (4/2 a 13/4)
Horário: abertura às 19h, com a presença da fotógrafa Raissa Azeredo e do gerente do Memorial dos Povos Indígenas, David Terena
*Estagiário sob a supervisão de Ana Sá
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