política pública

MEC lança programas para ampliar acesso de jovens ao ensino técnico e superior

Iniciativas visam apoiar jovens de baixa renda, negros, quilombolas, indígenas e pessoas com deficiência na preparação para o ensino técnico e o Enem

Marina Rodrigues
postado em 10/03/2025 16:50 / atualizado em 10/03/2025 16:52
Estudantes e profissionais comemoram o lançamento dos programas de apoio à educação no Rio Grande do Norte -  (crédito: Luís Fortes/MEC/Reprodução)
Estudantes e profissionais comemoram o lançamento dos programas de apoio à educação no Rio Grande do Norte - (crédito: Luís Fortes/MEC/Reprodução)

O Ministério da Educação (MEC) lançou, nesta segunda-feira (10/3), dois programas voltados à democratização do acesso à educação no Brasil: o Partiu IF e a Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP). As iniciativas têm como foco estudantes da rede pública, em especial, negros, quilombolas, indígenas e pessoas com deficiência.

O Partiu IF busca preparar alunos do 9º ano do ensino fundamental para ingressarem no ensino técnico da rede federal de educação profissional, científica e tecnológica. Já o CPOP visa apoiar cursinhos populares que ajudam jovens de baixa renda na preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), facilitando o acesso ao ensino superior.

A cerimônia de lançamento ocorreu em Natal (RN) e contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, além de outras autoridades e representantes de movimentos educacionais. Segundo o ministro, o Nordeste foi escolhido para sediar o evento por concentrar a maior adesão de instituições aos programas.

Impacto social

Com um orçamento de R$ 463 milhões até 2027, o Partiu IF pretende atender 78 mil estudantes ao longo de dois ciclos. O primeiro, até 2025, beneficiará 26 mil alunos com reforço escolar, apoio psicopedagógico e auxílio financeiro para garantir a permanência nos estudos. Cada estudante receberá R$ 200 por mês durante oito meses, e as aulas terão início em 15 de março.

Já o CPOP receberá um investimento de R$ 74 milhões até 2027, beneficiando 324 cursinhos populares em todo o país. No primeiro ciclo, de 2025 a 2026, 108 cursinhos atenderão 4.320 alunos. Cada turma contará com um apoio financeiro de R$ 230 mil, abrangendo material didático, capacitação de professores e ajuda de custo aos alunos. Além disso, os cinco cursinhos com melhor desempenho receberão um prêmio adicional de R$ 200 mil.

Segundo Camilo Santana, o governo busca reduzir desigualdades educacionais e garantir que mais jovens de baixa renda tenham acesso a oportunidades acadêmicas. “O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Programas como esses são fundamentais para mudar essa realidade”, afirmou o ministro.

Estratégias de longo prazo

As novas iniciativas fazem parte de um conjunto de políticas do governo federal para ampliar o acesso ao ensino superior e técnico, complementando programas como a Lei de Cotas, o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Além disso, o governo anunciou a criação de uma bolsa de permanência para estudantes indígenas nas universidades federais, reforçando o compromisso com a inclusão educacional.

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, destacou a importância das medidas para a transformação social. “Esses programas representam esperança e oportunidades para que mais jovens tenham acesso à educação de qualidade”, defendeu na ocasião.

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