Faltando poucos dias para o segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), estudantes em todo o país vivem um misto de ansiedade e expectativa. Ao Correio, a pedagoga e especialista em estratégias de aprendizagem Anna Dornas conta que o segredo para um bom desempenho não está em estudar mais, mas em estudar melhor.
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Para ela, a estratégia está na mistura de equilíbrio e autoconfiança. “O mais importante não é tentar aprender tudo de última hora, e sim revisar o conteúdo com foco no que já foi estudado e nas áreas de maior dificuldade. A autoconfiança faz uma enorme diferença na hora de enfrentar a prova”, explica.
Uma pesquisa do Instituto Insper, realizada em 2024, aponta que estudantes que acreditam em suas próprias habilidades têm desempenho mais consistente no vestibular, mesmo com falhas no conteúdo. Essa segurança emocional, segundo Anna, pode ser fortalecida tanto pela forma de estudar quanto pelo apoio familiar. “Pais e responsáveis podem ser aliados essenciais. Reforçar a confiança dos filhos, manter a calma e evitar cobranças excessivas cria um ambiente seguro, que permite ao estudante aplicar o que aprendeu”, explica.
O momento que antecede a prova deve priorizar revisões inteligentes e descanso mental. “Agora é o hora de consolidar o que já foi aprendido, não de se sobrecarregar”, destaca.
A pedagoga aconselha a realização de simulados cronometrados para ajustar o tempo e o controle emocional, fazer revisões focadas nos conteúdos mais cobrados e nas matérias de maior dificuldade, e dar atenção especial a temas de atualidades, que podem aparecer tanto na redação quanto em questões interdisciplinares.
Além disso, manter uma rotina equilibrada, com horários fixos de sono, alimentação saudável e pausas, é fundamental para o bom desempenho. Atividades de relaxamento, como caminhadas, música ou exercícios leves, também ajudam a reduzir a ansiedade e a manter o foco.
Em análise realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre o Enem 2018, fatores como renda familiar e escolaridade dos pais explicam até 79% da variação de desempenho entre as escolas. Com isso, o apoio emocional em casa torna-se ainda mais importante. “Os pais não podem controlar tudo, mas podem oferecer estabilidade emocional e encorajamento. Isso aumenta significativamente a chance de um bom resultado”, diz Anna. O elogio pelos esforços, a organização de transporte e documentos no dia da prova e a presença tranquila e positiva durante o período de tensão tendem a fazer diferença.
A especialista chama atenção para o segundo dia de provas, que será realizado neste domingo (16/11), considerado o mais desafiador por concentrar disciplinas de exatas e ter menor duração, sendo 5 horas, e não 5h30. “É fundamental fazer uma boa gestão do tempo. O aluno deve priorizar as questões fáceis e médias antes das difíceis. Isso garante melhor desempenho na Teoria de Resposta ao Item (TRI), usada na correção do Enem.”
Ela ainda ressalta que, no sistema da TRI, não há penalização por erro, mas sim por incoerência. “Se o aluno acerta as difíceis e erra as fáceis, o sistema entende que ele pode ter chutado. Por isso, é importante ter planejamento, e não deixar nenhuma questão em branco.”
“Os últimos dias antes do Enem não são para pânico. Planejamento, revisão e autoconfiança garantem que o estudante entre na prova seguro e preparado”, conclui.
Enem
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