CAPES

Professora da UnB, Mercedes Bustamante é a nova presidente da Capes

A nova gestora anunciou que o pagamento aos bolsistas está assegurado e disse que os servidores do órgão precisam ser valorizados

Diogo Albuquerque*
postado em 06/01/2023 19:58 / atualizado em 06/01/2023 21:21
Mercedes Bustamante:
Mercedes Bustamante: "o pagamento das bolsas está assegurado" - (crédito: Secom/UnB)

A professora da Universidade de Brasília (UnB) Mercedes Bustamante, 59 anos, foi anunciada, na tarde desta sexta-feira (6/1), como a nova presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Bióloga pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (1984) e membro da Academia Brasileira de Ciências, Bustamante foi diretora de Políticas e Programas Temáticos no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação entre 2010 e 2013.

Nascida no Chile, mas também com nacionalidade brasileira, Mercedes Maria da Cunha Bustamante possui licenciatura em ciências biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1984), mestrado em ciências agrárias (fisiologia vegetal) pela Universidade Federal de Viçosa (1988) e doutorado em Geobotânica em Universitat Trier (1993), na Alemanha. Bustamante atua na área de ecologia de ecossistemas, particularmente em temas relacionados a mudanças no uso da terra, biogeoquímica e mudanças ambientais globais. Além disso, é uma das principais referências no bioma Cerrado, com o qual trabalha há quase 30 anos.

No âmbito internacional, foi co-coordenadora do capítulo “Agriculture, Forestry and Other Land Uses” do Grupo de Trabalho III: Mitigação do 5º Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Entre outros trabalhos, Mercedes foi também membro do Comitê Científico responsável pela revisão do relatório sobre emissões de óxido nitroso do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e representante da América Latina na Iniciativa Internacional do Nitrogênio (2010-2013).

Durante três anos, entre 2010 e 2013, contribuiu como coordenadora geral de Gestão de Ecossistemas, diretora de Políticas e Programas Temáticos no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no governo Dilma Roussef e diretora de Programas e Bolsas no País em 2016. Bustamante participou, ainda, como diretora da Capes e membro do Comitê Assessor da área de ecologia e limnologia do CNPq.

Na Universidade de Brasília, Bustamante é professora titular do Departamento de Ecologia desde 1994. A reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, comemorou as escolhas do ministro Camilo Santana para a equipe do MEC, composta por maioria de mulheres. “O Centro-Oeste e a UnB estão em festa com a Mercedes Bustamante na Capes. A querida Denise Carvalho @ReitoraUFRJ na SESU é tudo de melhor para a educação superior”, disse Márcia nas redes sociais.

“Quero tranquilizar os bolsistas: o pagamento das bolsas está assegurado. À comunidade acadêmico-científica, digo que ampliaremos o diálogo e manteremos uma comunicação constante. Quanto aos servidores da Capes, lembro de ficar impressionada com a qualidade dos quadros quando fui diretora. Eles devem ser valorizados”, disse a presidente da Capes.

A Capes é uma fundação do Ministério da Educação (MEC), e tem como missão a expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) no Brasil. Em 2007, também passou a atuar na formação de professores da educação básica.

Crédito: Luís Fortes/MEC. Mercedes Bustamante, nova presidente da Capes
Crédito: Luís Fortes/MEC. Mercedes Bustamante, nova presidente da Capes (foto: Luís Fortes/MEC)

Mudanças climáticas

Em entrevista ao Correio em julho de 2022, Mercedes, que é uma das maiores autoridades em mudança climática no país, alertou para o necessidades de mudança no cenário nacional e no Centro-Oeste. "Brasília é uma cidade que precisa se preparar para a mudança do clima e o aumento de eventos extremos de precipitação e temperatura. A manutenção das áreas verdes e de cerrado, redução da impermeabilização dos solos, o cuidado com as populações mais vulneráveis são componentes importantes de um plano de adaptação", disse. Acesse a entrevista na íntegra.

*Com informações da Universidade de Brasília e CGCOM/CAPES

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