educação & saúde

Alunos da UFPB relatam casos de intoxicação após comerem no Restaurante Universitário

Mais de 300 estudantes responderam a um formulário de investigação epidemiológica disponibilizado pela Superintendência de Restaurantes Universitários da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Vigilância Sanitária acompanha as investigações

Marina Rodrigues
postado em 17/02/2025 20:14 / atualizado em 17/02/2025 21:02
Câmpus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), sede de 13 centros de ensino, com mais de 50 cursos de graduação e diversas pós-graduações -  (crédito: Angelica Gouveia)
Câmpus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), sede de 13 centros de ensino, com mais de 50 cursos de graduação e diversas pós-graduações - (crédito: Angelica Gouveia)

Aumenta o número de estudantes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) com sintomas, como vômitos, fadiga e dores de cabeça, após consumirem alimentos no Restaurante Universitário (RU) do câmpus I, a principal sede da instituição em João Pessoa, que abriga 13 centros de ensino, mais de 50 cursos de graduação e diversas pós-graduações. A onda de casos veio à tona por meio de relatos nas redes sociais e levou a Superintendência de Restaurantes Universitários (SRU) a iniciar uma investigação epidemiológica.

Cursando o 4º semestre de medicina, Mayra Lucena, 22 anos, usou o perfil do Instagram (@medmayralucena), no último sábado (15/2), para publicar um vídeo sobre o assunto. “Vários estudantes da UFPB estão apresentando sintomas de intoxicação alimentar. Ontem à noite, eu e meu namorado apresentamos alguns dos sintomas que outros estudantes estão relatando. E tudo indica que foi alguma intoxicação no RU, porque todos nós comemos lá ou bebemos a água de lá”, afirmou na gravação.

Ao Correio, a estudante conta sua experiência: "Eu e meu namorado fomos parar na urgência de um hospital aqui de João Pessoa. A pressão dele caiu muito por conta da perda hídrica e tivemos que tomar remédios. Os sintomas foram muito graves. Depois, sentimos muita fraqueza e não conseguimos fazer nada até a noite do sábado". No entanto, ela acredita ser um acontecimento isolado: "Faço refeições diárias no RU há, pelo menos, um ano e nunca tive sintomas assim, foi algo realmente isolado. A comida do RU é gostosa e os estudantes apenas reclamam do valor, pois o valor da refeição integral é 15,01, um dos mais caros do país", diz.

Na publicação, Mayra aproveitou para citar a iniciativa do SRU, divulgado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), de criar um formulário para coleta de informações sobre os casos, ressaltando a importância da participação de todos. “Eu peço, por meio deste vídeo, para quem comeu no RU ou conhece alguém que frequenta, para que essas pessoas que sentiram sintomas gastrointestinais, náusea, vômito, diarreia, possam responder esse formulário, para que a gente consiga ter acesso aos dados das pessoas que comeram lá, para investigar o que foi que aconteceu e para que as medidas cabíveis sejam tomadas.”

Até o fechamento desta matéria, a SRU havia recebido 332 respostas no formulário, das quais 9 apresentavam diagnóstico compatível com gastroenterite, conforme a Classificação Internacional de Doenças (CID). Além disso, 31 atestados médicos foram apresentados pelos estudantes afetados.

Mobilização

A SRU informou que conduz a investigação sobre os sintomas gastrointestinais relatados pelos estudantes desde a última sexta-feira (14/2). Como parte do processo, em 16 de fevereiro, solicitou a preservação das amostras dos alimentos servidos nos dias anteriores para análise laboratorial.

No dia seguinte, a Vigilância Sanitária foi acionada e realizou uma fiscalização no RU. Após a vistoria, não foram encontrados problemas críticos que comprometessem a segurança dos alimentos, motivo pelo qual o restaurante segue funcionando normalmente. “A empresa responsável pela alimentação tem colaborado integralmente com a investigação e segue à disposição para quaisquer esclarecimentos”, afirmou a superintendente da SRU, Noádia Priscila Araújo Rodrigues, em nota.

Ainda de acordo com a SRU, a Vigilância Epidemiológica também esteve presente para coletar dados e aprofundar a análise epidemiológica. Nos próximos dias, a Vigilância Sanitária, acompanhada do Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN), retornará ao restaurante universitário para realizar a coleta oficial de amostras de alimentos.

As amostras serão submetidas a exames laboratoriais para identificação da causa dos sintomas. Enquanto isso, a UFPB assegura que o “acompanhamento da situação continua, e novas atualizações serão divulgadas à comunidade acadêmica sempre que necessário.”

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