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modelo semipresencial

Presidente do Inep defende futuro da educação superior com foco em modelo semipresencial

Manoel Palácios defendeu, durante o 27º Fórum Nacional do Ensino Superior Particular (FNesp), em São Paulo, que novo marco regulatório pode reduzir evasão e ampliar engajamento estudantil

São Paulo* —  O 27º Fórum Nacional do Ensino Superior Particular (FNesp), considerado o maior da América Latina no setor, começou nesta quinta-feira (25/9), em São Paulo, reunindo mais de 1,4 mil participantes entre autoridades, gestores, educadores e especialistas do Brasil e do exterior. O evento, promovido pelo Semesp, segue até amanhã (26) com debates sobre inovação, regulação e os desafios para o futuro da educação superior no país.

Durante entrevista coletiva, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manoel Palácios, destacou o papel estratégico da modalidade semipresencial no novo marco regulatório da educação superior. Segundo ele, esse modelo representa uma “avenida” para equilibrar a oferta de ensino entre a educação a distância (EAD) e o formato exclusivamente presencial. “A proposta é permitir experiências de socialização em polos regionais menores, mais próximos do estudante, sem exigir o deslocamento constante para grandes campi universitários”, afirmou.

Para Palácios, o formato semipresencial pode reduzir as taxas de evasão, já que oferece maior flexibilidade sem abrir mão do convívio acadêmico. Ele destacou ainda a possibilidade de certificações intermediárias, que permitiriam ao estudante conquistar títulos em etapas, sem precisar esperar quatro ou cinco anos para obter o diploma final. “Esse novo desenho amplia o acesso, gera engajamento e aproxima a formação acadêmica das condições reais de jovens que trabalham”, explicou.

O presidente do Inep também ressaltou que a forte migração de alunos do presencial para o EAD na última década não representou queda de matrículas, mas uma reorganização. Ele reforçou, no entanto, que cursos que demandam prática intensiva, como medicina ou licenciaturas, continuarão a exigir presencialidade significativa. “Nesse caso, políticas de assistência estudantil e financiamento são fundamentais para garantir a permanência dos estudantes”, frisou.

Sobre a formação de professores, Palácios destacou a relevância do programa Pé-de-Meia das licenciaturas, voltado a garantir condições financeiras para que futuros docentes se dediquem integralmente ao curso. Ele afirmou que a modalidade semipresencial, ao reorganizar polos de ensino e ampliar atividades presenciais, pode fortalecer o estágio obrigatório e o contato direto com escolas, pontos considerados cruciais para a qualidade da formação docente.

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Por fim, o dirigente se mostrou otimista quanto à implementação do novo modelo. Para ele, a descentralização e o fortalecimento dos polos de ensino podem aproximar a universidade da realidade do estudante brasileiro. “É preciso pensar a educação superior como algo que não se resume ao campus central ou ao estudo solitário em casa. O desafio é combinar inovação, acessibilidade e qualidade para atender às demandas de uma juventude que já trabalha e busca formação profissional”, concluiu.

*A repórter viajou a convite da Semesp