CORRIDA PELA CASA BRANCA

"Guerra" da apuração: Trump pede que contagem seja parada; Biden diz que cada voto conta

Votos enviados pelos correios ajudaram o democrata a virar o placar em estados-chave. Sem apresentar provas, presidente fala em fraude e tenta judicializar a disputa. Eleição segue indefinida

Fernando Jordão
postado em 05/11/2020 12:08 / atualizado em 06/11/2020 14:37
 (crédito: JIM WATSON, SAUL LOEB / AFP)
(crédito: JIM WATSON, SAUL LOEB / AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou as redes sociais nesta quinta-feira (5/11) para pedir que a contagem de votos da eleição presidencial seja interrompida. Poucos minutos antes, também pela internet, seu adversário, o democrata Joe Biden, publicou mensagem dizendo que "todos os votos devem ser contados".

A "guerra" que se instaurou sobre a contagem de votos das eleições norte-americanas se dá pelo seguinte: alguns estados aceitaram considerar os votos que chegassem depois do dia da eleição, desde que tivessem sido postados nos correios até a última terça-feira (3/11). Vale lembrar que a votação antecipada bateu recorde em 2020.

As projeções indicam que a maioria desses votos enviados pelos correios é de democratas — que têm uma postura menos cética em relação à pandemia de covid-19 e, por isso, têm evitado sair de casa. Desse modo, na noite da eleição, Trump liderava a corrida em estados considerados chave, como Winsconsin, Michigan, Arizona e Pensilvânia. Mas conforme os votos antecipados foram sendo contados, Biden foi diminuindo a vantagem e, em vários casos, até virando o placar.

Como vinha fazendo desde a campanha, Trump continua lançando dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral, falando em fraude, sem, contudo, apresentar provas. O republicano já pediu judicialmente a recontagem dos votos em Winsconsin e entrou com ações para suspender a apuração em Michigan e na Pensilvânia. Ele também anunciou que pretendia levar a situação à Suprema Corte.

Biden, por outro lado, sabe que detém a maioria dos votos a distância e, por isso, vem defendendo que o eleitorado precisa ter paciência para conhecer o novo presidente dos EUA. O discurso de que cada voto conta vem sendo repetido pelo democrata desde antes do dia da eleição.

Enquanto os dois candidatos mantêm uma guerra de retórica, a eleição segue indefinida. Segundo projeções da Associated Press e da Fox News, Biden está a 6 votos no Colégio Eleitoral de ser presidente. Três estados são decisivos: Nevada (6 delegados), Geórgia (16) e Pensilvânia (20). O democrata lidera no primeiro e o republicano está à frente nos outros dois. As vantagens, porém, são milimétricas. Há a expectativa de que o resultado seja conhecido nesta quinta (5/11) ou sexta-feira (6/11).

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