POSSE PRESIDENCIAL

Biden prega unidade em 1º discurso: "Sem união não há paz"

Democrata tomou posse como o 46º presidente dos Estados Unidos nesta quarta-feira (20/1)

Fernando Jordão
postado em 20/01/2021 14:26 / atualizado em 20/01/2021 18:25
 (crédito: Patrick Semansky/Pool/AFP)
(crédito: Patrick Semansky/Pool/AFP)

Em seu primeiro discurso como presidente dos Estados Unidos (leia a íntegra aqui), Joe Biden exaltou a união e convocou todo o país a enfrentar, junto, os desafios que assolam a nação, como a pandemia de covid-19, o terrorismo doméstico e o racismo.

O democrata lembrou que a segregação no país não é recente, mas exaltou a história norte-americana e afirmou que, unido, o povo conseguiu vencer grandes desafios, a exemplo da Guerra Civil e dos ataques ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2000.

"Falar de união pode soar bobo neste momento. As forças que nos dividem são profundas, mas não são novas. Nossa história tem sido uma luta constante entre o ideal americano e a terrível realidade do racismo, medo, demonização... Tudo isso nos separou por muito tempo. A batalha é perene e a vitória nunca é garantida. Mas nossos melhores anjos sempre prevaleceram, se juntaram para avançarmos. E podemos fazer isso agora. A história, a fé e a razão mostram o caminho", afirmou. "Sem união não há paz. Só ressentimento e medo", acrescentou.

O novo presidente também pediu que aqueles que não votaram nele o apoiassem, dizendo que a "política não precisa ser um fogo que destrói tudo": "Discordâncias não precisam levar à desunião. Serei o presidente de todos os americanos".

Democracia e igualdade

O sucessor de Donald Trump também destacou a força da democracia norte-americana, que afirmou ter sido testada recentemente. Biden não deixou de mencionar que o Capitólio — palco da posse — foi alvo de ataque de extremistas apoiadores de Donald Trump neste mês: "A vontade do povo foi ouvida e atendida. A democracia é preciosa, é frágil e, neste momento, mais uma vez, a democracia prevaleceu".

Em relação à igualdade, o presidente afirmou que há um "grito por justiça racial" em todo o planeta e que o "o sonho de justiça para todos vai ser encarado agora". Sobre as mulheres, Biden destacou a presença de sua vice, Kamala Harris, pontuando que o National Mall, na região do Capitólio, foi palco de protestos por direito ao voto feminino e, agora, sediava a posse da primeira vice-presidente mulher da história.

Política externa e covid-19

Escanteadas por Trump, as relações externas foram mencionadas por Biden em sua posse. O novo presidente afirmou que os EUA vão "reconstruir alianças e se comprometer mais uma vez com o mundo": "Não para os desafios de ontem. Mas para os desafios de hoje e amanhã. Vamos liderar não apenas pelo exemplo do poder, mas pelo poder do exemplo".

Como não poderia deixar de ser, a covid-19, que já matou mais de 400 mil pessoas nos EUA, foi bastante lembrada no discurso. Biden chegou a pedir, como primeiro ato na Presidência, que todos os presentes o acompanhassem em uma prece silenciosa pelas vítimas da doença. O presidente disse que poucas pessoas na história do país enfrentaram desafios tão grandes, com um vírus que já matou mais norte-americanos do que a Segunda Guerra Mundial. Ele também mencionou os postos de emprego sendo fechados e empresas falindo em razão da pandemia.

Por fim, Biden citou a música American anthem (Hino americano, em tradução livre — embora ele não estivesse se referindo ao Hino Nacional dos Estados Unidos) para dizer que fará o seu melhor na Presidência: "Deixe-os falar de mim/ Eu fui aquele que acreditou/ Ao compartilhar as bênçãos, eu recebi/ Deixe-me saber no meu coração/ Quando meus dias acabarem/ América, América/ Eu dei o meu melhor para você".

 

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