Catar

Homem é preso no Catar após emboscada da polícia em encontro gay, diz família

Manuel Guerrero, natural do Reino Unido, está sendo mantido preso pelas autoridades do Catar após responder mensagem em aplicativo de relacionamento LGBTQIA+

Manuel Guerrero, de 44 anos, está sendo mantido preso no Catar desde 4 de fevereiro -  (crédito: Reprodução/X/Twitter)
Manuel Guerrero, de 44 anos, está sendo mantido preso no Catar desde 4 de fevereiro - (crédito: Reprodução/X/Twitter)

A família do britânico Manuel Guerrero, 44 anos, afirmam que ele está sendo mantido preso no Catar desde 4 de fevereiro sem acesso a remédios controlados de HIV, após uma emboscada da polícia. A família só descobriu que ele estava detido dias depois.

O irmão dele, Enrique, revelou ao portal The Sun que Manuel teria respondido uma mensagem no aplicativo de namoro voltado para o público LGBTQIA+ em que era convidado para para participar de uma reunião com outras pessoas da comunidade na cidade de Doha, capital do Catar.

No entanto, toda a conversa seria falsa. Enrique relatou que o irmão iria encontra a suposta pessoa no dia 4 de fevereiro mas acabou encontrado policiais, que estavam esperando para prendê-lo. A denúncia da família indica ainda que os agentes plantaram um quarto de grama de metanfetamina em Manuel para incriminá-lo por posse.

A campanha mobilizada pela família para a libertação e Manuel revelou também que ele é portador de HIV e está sendo impedido de tomar os remédios para cuidar da doença. "Há quase um mês que ele está privado dos medicamentos anti-retrovirais de que necessita e isso por si só é um ato de tortura que está sendo cometido pelo estado do Catar e que coloca a sua saúde e a sua vida em risco", afirmou o irmão dele em entrevista à uma TV mexicana.

Na quarta-feira (28/2) o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido confirmou que estão prestando assistência à família de Manuel junto com diplomatas mexicanos, já que o homem tem dupla nacionalidade.

De acordo com diplomatas do Reino Unido, Manuel teria se registrado como cidadão britânico quando se mudou para o Oriente Médio para trabalhar.

Segundo a família, o Catar não notificou as autoridades britânicas, nem as autoridades mexicanas da prisão de Manuel e que o desaparecimento dele só foi identificado após pressão com os governos do México e Reino Unido.

“Durante três dias não descobrimos onde ele estava, mas ele passou 23 dias sem intérprete e tudo está em árabe e passou 23 dias sem advogado ou alguém que lhe dissesse por que foi preso", revelou o irmão.

No dia 13 de março está marcada uma audiência no Catar em que será decidido se Manuel será expulso do país ou se terá que enfrentar um julgamento.

“Enviar o caso a julgamento implicaria um processo de meses que sem tratamento médico adequado o condenaria à morte", declarou Enrique.

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postado em 01/03/2024 20:08 / atualizado em 01/03/2024 20:10
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