
O embaixador permanente do Irã na Organização das Nações Unidas (ONU), Amir-Saeid Iravani, classificou o ataque estadunidense ao país como “sujo”, “sórdido” e “criminoso”. Em discurso na reunião extraordinária do Conselho de Segurança, o representante disse que “uma nova mancha foi acrescentada à história dos Estados Unidos”.
O pronunciamento endossou que o Irã tem o direito de se defender e que vai dar uma “resposta proporcional”. “A nação iraniana já enfrentou inimigos ferozes e vai mostrar sua grandeza”, declarou.
Segundo Iravani, EUA e Israel se apoiam em uma acusação infundada de que o país tenha um projeto nuclear militar. O embaixador argumentou que o país de Donald Trump é o único até hoje a utilizar armas nucleares (referência às bombas atômicas que atingiram as cidades de Hiroshima e Nagasaki em 1945).
O discurso reforçou várias vezes que a atitude dos Estados Unidos é ilegal e acusou o país de ter cometido outras ações que desrespeitam as leis internacionais, mas que a comunidade internacional “finge que não viu”. “São dois pesos e duas medidas, e alguns países ocidentais contribuem”, denuncia. Segundo o embaixador, países como França, Alemanha e Reino Unido contribuem com esses crimes.
“Enquanto a representante — Dorothy Shea, embaixadora dos EUA — continua a fazer acusações sem base, nós sabemos e temos toda a documentação sobre o uso ilegal de forças dos Estados Unidos no Oriente Médio”, declarou. Iravani afirmou que tanto o país norte-americano quanto Israel violaram o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, mas que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), organização da ONU, teria um comportamento seletivo.
A fala do representante descartou opções diplomáticas para a resolução do conflito. De acordo com o iraniano, o país tinha uma reunião marcada com Israel em 15 de junho, mas o governo de Benjamin Netanyahu atacou o Irã dois dias antes e “decidiu destruir a diplomacia”. “Pela perspectiva dos países ocidentais, o Irã tem que voltar às negociações — mas como, se nunca existiram?”, questionou.
“Este conselho precisa agir de forma decisiva. O silêncio será cúmplice”, finalizou.
Acusações de todos os lados
Mais cedo, durante a reunião do Conselho, representante dos EUA acusou o Irã de esconder um plano nuclear e de não cumprir a Resolução 2231, que prevê a redução das sanções ao país, desde que, em contrapartida, haja restrições ao programa nuclear. No discurso, Dorothy Shea repetiu o tom do pronunciamento feito por Donald Trump na noite de sábado (21/6).
Segundo os Estados Unidos, o ataque tem o intuito de destruir armas nucleares que o país acusa o Irã de esconder.
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