
Roma — Camisetas vermelhas com a bandeira do Brasil estampada em um ombro e, no outro, a de Brasília. Na parte de trás, uma frase do jovem santo Carlo Acutis. Nas mãos, pequenos terços coloridos; nos papéis de parede dos celulares, imagens sacras. O grupo brasiliense, com mais de 20 pessoas, não passou despercebido pelos diversos locais por onde esteve até chegar a Roma, na noite de quarta-feira (30/7), horário de Brasília. E, de certa forma, eles não queriam passar despercebidos.
No Vaticano, os representantes de Brasília participam do Jubileu da Esperança 2025 — evento da juventude católica que celebra a união e a fé da Igreja, realizado a cada 25 anos. Junto a milhares de fiéis de todo o mundo, o grupo peregrinou nesta quinta-feira (31/7) até a lotada Praça de São Pedro, sob sol a pino e calor de 34°C do verão europeu, em busca de atravessar as portas da Basílica de São Pedro — consideradas sagradas pelos católicos — no local onde o Papa Leão XIV (e tantos outros antes dele) faz aparições públicas.
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“É uma graça de Deus estar aqui hoje, passar pela Porta Santa e receber as graças do Ano Jubilar. É um ano de esperança, não só para a Igreja, mas para todos os povos, no qual Deus, por meio da Igreja e do Papa, nos oferece a possibilidade do perdão e do retorno ao Senhor”, resume o padre Pedro, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, de onde parte dos fiéis brasilienses são oriundos, em rápida entrevista após a peregrinação pela capital católica.
A experiência peregrina
Desmaios nas filas, picos de pressão baixa e roupas encharcadas de suor fazem parte da experiência jubilar dos peregrinos. O que poderia ser encarado por alguns como desconforto, na verdade se traduz em alívio e sensação de orgulho para os brasilienses. O grupo enfrentou grandes desafios para chegar ao Vaticano este ano — incluindo um golpe aplicado por uma agência de peregrinação. “Mas isso não vale mais a pena ser discutido”, dizem. “Está nas mãos da justiça divina.” Agora, vivem o sonho de participar do jubileu em Roma.
Deixar essa alegria passar despercebida está fora de cogitação. O grupo espalha celebração por onde passa na Itália. Munidos de instrumentos musicais e muita disposição, mesmo após horas seguidas em marcha, entoam cânticos religiosos em praças e até dentro do metrô — canções logo acompanhadas por grupos de outras nacionalidades. A barreira do idioma se dissolve com um simples “Brasil? Viva!”, e a energia cresce com a latinidade e a proximidade cultural do país tupiniquim. De canção em canção, os brasilienses chegaram a Roma.
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