NEGOCIAÇÃO

Trump anuncia cúpula com Putin no Alasca e fala em concessões na Ucrânia

Encontro será o primeiro entre os líderes das maiores potências nucleares desde 2021

O encontro pretende pôr fim a guerra na Ucrânia -  (crédito: Christopher Furlong/AFP       )
O encontro pretende pôr fim a guerra na Ucrânia - (crédito: Christopher Furlong/AFP )

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, nesta sexta-feira (8/8), que se reunirá com o presidente russo, Vladimir Putin, no próximo dia 15, no Alasca. O encontro, que será o primeiro entre os líderes das maiores potências nucleares desde 2021, acontece após meses de conversas telefônicas, mas sem reuniões presenciais desde o retorno de Trump à Casa Branca, em janeiro.

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A escolha do Alasca, território comprado pelos EUA da Rússia em 1867, é interpretada como um gesto simbólico que coloca Trump em posição de vantagem política sobre o russo. Até esta semana, a expectativa era de que a reunião fosse realizada em território neutro, como os Emirados Árabes Unidos.

O anúncio da cúpula contraria o próprio ultimato feito por Trump a Putin, que venceu nesta sexta-feira, no qual havia exigido uma trégua imediata na guerra da Ucrânia, sob ameaça de impor sanções econômicas que atingiriam não apenas Moscou, mas também países aliados, como Brasil, China e Índia.

Em declarações na Casa Branca, Trump disse que o cessar-fogo estaria "muito próximo" e defendeu uma "troca de territórios para benefício de ambos os lados" como parte de um futuro acordo de paz. Não especificou quais áreas estariam em negociação, mas autoridades ligadas ao Kremlin indicam que Putin poderia ceder regiões ocupadas que não foram anexadas oficialmente em 2022, como Kharkiv, Sumi e Dnipropetrovsk, que fazem parte dos cerca de 20% do território ucraniano sob controle russo.

Antes do anúncio, Putin conversou por telefone com o presidente chinês, Xi Jinping, e com o premiê indiano, Narendra Modi, ambos líderes do Brics, buscando apoio político.

No entanto, Trump tem adotado postura dura contra parceiros econômicos da Rússia. A Índia, por exemplo, foi alvo de um aumento de 25 pontos percentuais sobre tarifas já existentes de 25% em razão das compras de petróleo russo. Com a China, as negociações tarifárias avançam de forma mais cautelosa devido à interdependência econômica.

No caso do Brasil, o republicano aplicou a maior sobretaxa do mundo, de 50%, motivado também por razões políticas, como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente em prisão domiciliar e acusado de envolvimento na tentativa de golpe de 2022.

Segundo o Departamento de Estado norte-americano, as novas sanções ainda estão em discussão e não há definição sobre como seriam aplicadas, especialmente em setores estratégicos como derivados de petróleo e fertilizantes. 

 

 

 

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postado em 08/08/2025 21:18
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