Oriente Médio

Netanyahu elogia a interceptação de flotilha com brasileiros

Ativistas brasileiros estão entre os ocupantes da flotilha que levava ajuda humanitária à Gaza

Greta Thunberg e o brasiliense Thiago Ávila, a bordo de navio de Israel, após detenção  -  (crédito: Ministério das Relações Exteriores de Israel)
Greta Thunberg e o brasiliense Thiago Ávila, a bordo de navio de Israel, após detenção - (crédito: Ministério das Relações Exteriores de Israel)

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, usou o próprio perfil na rede social X para enaltecer o trabalho dos militares que impediram 41 barcos da flotilha humanitária Global Sumud — termo "resiliência", em árabe — de romperem o bloqueio à Faixa de Gaza. "Elogio os soldados e comandantes da Marinha que realizaram suas atividades durante o Yom Kippur (feriado sagrado judaico) da maneira mais profissional e eficiente. Sua importante atividade impediu que dezenas de embarcações entrassem na zona de guerra e repeliu uma campanha de deslegitimação contra Israel", escreveu.

A agência France-Presse, ao citar um funcionário do governo israelense, divulgou que mais de 400 ativistas a bordo das embarcações foram detidos pelas forças navais do país, em uma operação que durou cerca de 12 horas. "O pessoal da Marinha israelense frustrou uma tentativa de incursão em grande escala por parte de centenas de pessoas a bordo de 41 embarcações, que haviam declarado sua intenção de violar o bloqueio marítimo legal na Faixa de Gaza", explicou o funcionário.

"No fim da operação, mais de 400 participantes foram transferidos com total segurança para o porto de Ashdod, para que a polícia israelense assumisse a responsabilidade sobre eles", acrescentou. Os ativistas, políticos e jornalistas que faziam parte da missão serão deportados para a Europa. Entre eles, a ativista sueca Greta Thunberg e o brasiliense Thiago Ávila, além de outros 11 brasileiros.

"Temos 12 integrantes da delegação brasileira detidos em Israel. Isso inclui a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), a vereadora Mariana Conti (PSOL-SP) e Thiago Ávila. Não temos informação sobre as condições de saúde deles e nenhum contato. Inicialmente, Israel não permitiu o acesso consular e dos advogados. Depois, os advogados nos informaram que conseguiram entrar em contato e que eles estão detidos no porto militar de Ashdod", contou ao Correio Lara Souza, coordenadora da delegação brasileira da Global Sumud. "Dois ativistas estão desaparecidos: João Aguiar e Miguel de Castro. O governo israelense não permitiu o auxílio imediato da Embaixada do Brasil em Tel Aviv."

Souza defende a imediata libertação dos brasileiros. "A deportação aplica-se somente a pessoas que tentaram entrar ilegalmente no território. A flotilha foi interceptada em águas internacionais", ressaltou. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro afirmou condenar, "nos mais fortes termos, a interceptação ilegal e a detenção arbitrária, por Israel, na última madrugada, em águas internacionais, das embarcações que integram a Flotilha Global Sumud, assim como a detenção ilegal de ativistas pacíficos, dentre os quais 15 nacionais brasileiros". "O Brasil exorta o governo israelense a liberar imediatamente os cidadãos brasileiros."

Hamas

Termina amanhã o prazo dado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ao Hamas para que responda sobre o plano de paz. O grupo estaria propenso a rejeitar os termos, por entender que levariam à extinção do grupo. O plano prevê a libertação dos reféns, a retirada de Gaza, o desarmamento do Hamas e a criação de um governo transitório. (Rodrigo Craveiro)

 


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postado em 03/10/2025 04:38
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