
O Vaticano divulgou, nesta quinta-feira (9/10), o primeiro documento oficial do pontificado de Leão XIV. O texto se chama Dilexi te (Eu te amei), onde o líder da Igreja Católica abordou temas como amor aos pobres, desigualdade no mundo e mostrou empatia com a causa das migrações. O anúncio ocorreu durante uma coletiva de imprensa no Vaticano, em uma sessão conduzida pelo diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.
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O documento havia sido iniciado pelo Papa Francisco, que não conseguiu finalizá-lo. O novo papa faz uma citação ao antecessor no início do documento e diz se sentir feliz por poder dar continuidade ao projeto de Francisco e assumi-lo como dele, acrescentando algumas reflexões.
“Ao receber como herança este projeto, sinto-me feliz ao assumi-lo como meu (acrescentando algumas reflexões) e ao apresentá-lo no início do meu pontificado, partilhando o desejo do meu amado Predecessor”, escreveu Leão XVI nos primeiros parágrafos.
Ele reforça em vários pontos o compromisso da Igreja Católica com os menos favorecidos e assim como Francisco, faz críticas às políticas anti-imigratórias que são adotadas em diversas partes do mundo. Em um momento do texto ele cita passagens bíblicas que falam sobre migrantes.
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“A experiência da migração acompanha a história do povo de Deus. Abraão parte sem saber para onde vai; Moisés conduz um povo peregrino pelo deserto; Maria e José fogem com o Menino para o Egito. O próprio Cristo, que veio para o que era seu, e os seus não o receberam”, registrou o papa.
O papa descreve um mundo em que os pobres são cada vez mais numerosos, e a distância deles com os poucos muito ricos é cada vez maior. Ele exemplifica citando que algumas bolhas vivem em condições tão confortáveis e luxuosas que conseguem indiferentemente viver sem perceber que milhões de pessoas morram de fome.
“Persiste uma cultura que descarta os outros sem sequer se aperceber, tolerando com indiferença que milhões de pessoas morram à fome ou sobrevivam em condições indignas do ser humano”.
O papa também elogiou o compromisso das Organização das Nações Unidas de erradicar a pobreza ainda neste milênio. Ao mesmo tempo fez críticas a uma chamada “ilusão de felicidade”, que é derivada de uma vida centrada no acúmulo de riquezas, onde as pessoas alcançam esse sucesso a todo custo mesmo que seja necessário explorar as outras pessoas e se aproveitar de ideais sociais.
Em um momento do documento ele chega a citar o Brasil, em uma referência a Santa Dulce dos Pobres, que foi canonizada pelo Papa Francisco em 2019. “Irmã Dulce enfrentou a precariedade com criatividade, os obstáculos com ternura, a carência com fé inabalável. Começou acolhendo doentes num galinheiro, e dalí fundou uma das maiores obras sociais do país ", completou o papa em documento.
*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori
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