O Instituto Butantan reagiu, na semana passada, a uma série de notícias falsas sobre a vacina contra o HPV, que previne diversos tipos de câncer: colo do útero, vulva, ânus, vagina, pênis, orofaringe. O imunizante, oferecido gratuitamente pelo SUS, tem como público-alvo crianças e adolescentes de 9 a 19 anos, porque é nessa faixa etária que ocorre uma resposta imunológica mais forte à vacina, protegendo meninos e meninas para a vida adulta.
Essa blindagem fundamental, porém, não escapa dos detratores das vacinas. As mentiras disseminadas por esses criminosos são muitas, e o pediatra e gestor médico de Desenvolvimento Clínico do Butantan, Mário Bochembuzio, rebateu as principais, como a de que o imunizante contra HPV causa câncer! " A vacina funciona de maneira inteligente e segura: ela é feita com Partículas Semelhantes ao Vírus (VLPs), que são como 'capas' ocas do vírus, sem nenhum material genético dentro. Essas partículas não podem causar infecção nem câncer, mas ensinam o sistema imunológico a reconhecer e destruir o vírus verdadeiro caso a pessoa entre em contato com ele no futuro", enfatizou o médico.
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Também se espalha nas redes que o imunizante contra HPV não é seguro para crianças e adolescentes. "A vacina está incorporada ao Calendário Nacional de Vacinação desde 2014 e tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que aprova o uso de medicamentos e imunizantes no Brasil", frisou Bochembuzio. Outras fake news, como a de que o imunizante incentiva o início da vida sexual e que o HPV só causa câncer em mulheres são respondidas pelo especialistas no site do instituto: https://butantan.gov.br/noticias/butantan-desmente-10-fake-news-sobre-a-vacina-do-hpv.
Também no combate às notícias falsas, na última terça-feira, o Ministério da Saúde se manifestou sobre um boato de que vacinas contra covid-19 são "armas biológicas". Mensagem divulga nas redes sociais cita supostos estudos para afirmar que os imunizantes provocam doenças e aumentam o número de mortes.
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Recentemente, também, a Advocacia-Geral da União, em conjunto com o Ministério da Saúde, enviou uma notificação extrajudicial a uma empresa de tecnologia, responsável por plataformas digitais, pedindo a remoção imediata de publicações com informações falsas sobre vacinas, feitas — veja o absurdo — por três médicos.
As reiteradas mentiras a respeito da segurança e da eficácia dos imunizantes visam obter lucro minando a confiança de parte da população, que antes não titubeava em se vacinar nem em levar crianças e adolescentes para receber as doses.
Combater as fake news é um trabalho hercúleo, pela velocidade com que elas se espalham nas redes sociais, porém, felizmente, não estamos mais sob um governo negacionista, e a atual gestão, assim como diversas instituições, tem se empenhado nessa missão.
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Vacinas são seguras e eficazes, mas em caso de receio em relação a qualquer uma delas, deve-se procurar uma fonte confiável para dirimir as dúvidas, como o próprio Ministério da Saúde. A pasta conta com o Programa Saúde com Ciência. Nele, é possível obter informações, saber quais são as notícias falsas que circulam pela internet e denunciar conteúdos suspeitos, entre outros serviços. O endereço é www.gov.br/saudecomciencia.
Dar ouvidos a criminosos e refutar a proteção que as vacinas oferecem é permitir a disseminação pelo país de doenças evitáveis e abrir a porta para o retorno de enfermidades que foram eliminadas por aqui.
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