PASSAPORTE DA VACINA

Bolsonaro critica governadores por passaporte da vacina: "Protótipos de ditadores"

"Algumas medidas restritivas estão aparecendo agora pelo Brasil. Nós não podemos admitir. A liberdade acima de tudo. O governo federal, nós compramos cada vacina distribuída pelo Brasil. Nós demos todos os meios para combater a pandemia", alegou

Ingrid Soares
postado em 01/10/2021 17:29 / atualizado em 01/10/2021 17:43
 (crédito: Reprodução / TV Brasil)
(crédito: Reprodução / TV Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro encerrou a agenda de viagens de mil dias de gestão nesta sexta-feira (1º/10), em uma viagem a Maringá (PR), onde inaugurou uma pequena central hidrelétrica e 
anunciou obras de modernização do aeroporto local. Durante o discurso, o chefe do Executivo lembrou que "nunca apoiou medidas restritivas" e repetiu críticas ao "passaporte da vacina" e a governadores que adotaram a medida. Ele estava acompanhado do líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR).

"Quero dizer que naquilo que depender do governo federal, nós não temos passaporte da covid. Nunca apoiamos medidas restritivas. Sempre estivemos ao lado da liberdade, do direito de ir e vir, do direito ao trabalho e da liberdade religiosa", alegou.

Bolsonaro disse ainda que "não pode admitir" medidas que caracterizou como sendo "restritivas" e disse que deu todos os meios aos estados para o enfrentamento do coronavírus. "Algumas medidas restritivas estão aparecendo agora pelo Brasil, nós não podemos admitir. A liberdade acima de tudo. O governo federal, nós compramos cada vacina distribuída pelo Brasil. Nós demos todos os meios para combater a pandemia. Não podemos admitir que alguns protótipos de ditadores em nome da saúde queiram tirar a liberdade de vocês. Quem abre mão de parte da sua liberdade por segurança, acaba ficando sem segurança e sem liberdade".

O presidente se confundiu e voltou a trocar a palavra "dias" por "anos" ao falar do tempo de governo, mas foi corrigido por apoiadores.

"Estamos agora completando mil anos de governo. Sem se esquecer que nesses mil anos, nesses mil dias, tivemos 600 dias de pandemia. Lamentamos todas a perdas, mas na economia vocês sempre contaram com o governo federal, bem como no atendimento a estados e municípios em tudo que foi preciso para combater a economia", repetiu.

Ele também citou a alta da inflação no país, mas relatou que o problema ocorre em todo o mundo.

"Pegamos um Brasil numa situação bastante complicada no tocante a ética, moral e economia, mas com trabalho sério, com muita humildade e, tendo sempre Deus acima de tudo, nós estamos entrando no quase último ano de governo. Sempre tive apoio de grande parte de vocês. O mundo todo apresenta problemas sérios como consequência da pandemia. Inflação, em alguns outros países, falta de material, falta de alimento, mas o Brasil não passará por isso. Planejamos nos preparamos para vencer esse obstáculo", continuou.

Bolsonaro afirmou ainda que o país estava "à beira do socialismo". "Estávamos flertando com o comunismo e o milagre aconteceu. E nós devemos nos conscientizar para que o vermelho cada vez mais fique para trás, cada vez mais o verde e amarelo se faça presente entre nós", concluiu.

O chefe do Executivo chegou a cogitar a desistência de viagem ao local por conta do mau tempo. Uma estrutura montada no Aeroporto Regional Silvio Name Junior, em Maringá (PR), para receber o presidente desabou horas antes do evento. Ventos com mais de 51 quilômetros por hora derrubaram as tendas apoiadas em barras de ferro por volta das 10h. O evento precisou ser realocado para um ginásio.

Mais cedo, durante assinatura do decreto da Cédula de Produto Rural Verde no Palácio do Planalto, o governo exibiu um vídeo sobre as entregas dos mil dias de gestão. Na ocasião, Bolsonaro defendeu que "entregou mais títulos na Bahia do que presidentes em 20 anos anteriores, inclusive dois que diziam defender e lutar pelos direitos do MST".

Ele lembrou o anúncio de início das obras do linhão de Tucuruí em Roraima e destacou que em menos de 3 anos, o estado passará a ser integrado ao sistema elétrico nacional.

Por fim, disse que retornará a Roraima no próximo mês para sobrevoo da região do Vale do Rio Cotingo. Ontem, no entanto, apontou que voltaria ao local para verificar a crise migratória de venezuelanos e conseguir imagens para mostrar à população brasileira que o país não deve seguir o exemplo da Venezuela, em indireta a não deixar que partidos de esquerda retornem ao poder. 

"Vamos conferir as informações que temos sobre o potencial hídrico daquela região e vamos ver o que nós poderemos fazer nesta região porque está em reserva indígena. Vai ser um trabalho semelhante ao do linhão mas, pelas informações preliminares, ali tem potencial hídrico para ter energia não só para Roraima, mas para todo o Nordeste do Ciro e toda região Norte. Um potencial incalculável. Só o Brasil realmente possui isso".

Bolsonaro disse também que, apesar da pandemia, o Brasil foi um dos países que menos sofreram na economia. 

 

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