Investigação

STJ afasta governador de Tocantins por suposto pagamento de propina

Polícia Federal faz buscas na casa de Mauro Carlesse nesta quarta-feira (20/10). Operação começou há dois anos e também apura obstrução de investigações

Luana Patriolino
postado em 20/10/2021 16:04 / atualizado em 20/10/2021 16:05
 (crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil)
(crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil)

O governador do estado de Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), foi afastado do cargo por 6 meses, após determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta quarta-feira (20/10). A Polícia Federal apura um suposto pagamento de propina e obstrução de investigações.

A decisão é do ministro Mauro Luiz Campbell e será submetida ao pleno da Corte do STJ, que pode mantê-la ou revogá-la, ainda hoje. A PF também faz buscas na casa do governador e na sede do governo tocantinense. Até o momento, foram apreendidos dois veículos do governador e levados para a sede da Polícia Federal na capital Palmas.

Também há mandados de busca e apreensão contra secretários estaduais. Cristiano Sampaio, titular da Secretaria de Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO), também teve seu afastamento do cargo determinado pelo STJ.

A Polícia Federal ainda não detalhou as irregularidades que levaram à decisão do afastamento de Mauro Carlesse do governo estadual. Em 2019, o governador assinou um decreto que ficou conhecido como "lei da mordaça", que proíbe delegados da Polícia Civil de criticar autoridades públicas em entrevistas ou divulgar nomes de pessoas investigadas em operações policiais.

O Correio entrou em contato com a assessoria do Governo de Tocantins, mas até o momento não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação do órgão.

Investigação

As buscas desta quarta-feira fazem parte de duas operações complementares da PF que investigam pagamento de propina relacionada ao plano de saúde dos servidores estaduais e obstrução de investigações, além de incorporação de recursos públicos desviados ao patrimônio dos investigados.

As investigações começaram há cerca de dois anos. A estimativa é que R$ 44 milhões tenham sido pagos a título de vantagens indevidas.

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