ELEIÇÕES

Bolsonaro volta a atacar o PT: "Cada vez mais, nos afastamos do comunismo"

Chefe do Executivo disse ainda, durante viagem a Tocantins, que tem praticado "não uma nova forma de fazer política, mas a forma correta de fazer política"

Ingrid Soares
postado em 22/03/2022 15:35 / atualizado em 22/03/2022 15:43
 (crédito: Reprodução / TV Brasil)
(crédito: Reprodução / TV Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar o Partido dos Trabalhadores nesta terça-feira (22/3) durante discurso em um evento de visita às obras de construção da Ponte de Xambioá, em Tocantins. Segundo o chefe do Executivo, nas viagens que tem feito pelo país, ele está vendo as cores verde e amarelo aparecendo mais do que o “vermelho do atraso e da corrupção”, em alusão à sigla antagonista.

“(Estou) Há três anos e três meses viajando pelo Brasil e, cada vez mais, vejo as cores verde e amarela aparecendo muito mais do que aquela vermelha do atraso e da corrupção do passado. Um governo que teve um dos menores orçamentos da União, mas um dos que mais realizou obras”, alegou.

Bolsonaro também repetiu críticas às medidas restritivas adotadas em meio ao aumento de casos da pandemia da covid-19 e destacou a política do auxílio emergencial.

“Enfrentamos uma pandemia em que o presidente esteve do lado de vocês, em especial, dos mais humildes. Porque, depois da errada política de alguns governadores e prefeitos, que obrigou vocês a ficarem em casa, o governo, pelo contrário, nunca fechou uma casa de comércio sequer e criou o auxílio emergencial. Gastamos, em 2020, o equivalente a 15 anos de Bolsa Família.”

O presidente relatou também que, cada vez mais, o país tem se “afastado do socialismo e do comunismo”. Ele aproveitou para fazer acenos a pautas ideológicas e dizer que tem praticado “não uma nova forma de fazer política, mas a forma correta de fazer política”.

“Ver, em todo esse Brasil, obras sendo realizadas, vendo que, cada vez mais, nos afastamos do socialismo e do comunismo, se afastando da ideologia de gênero, defendendo a família brasileira contra a liberação das drogas, contra o aborto. Um governo cada vez mais voltado para o lado da maioria cristã do povo brasileiro. Não uma nova forma de fazer política, mas a forma correta de fazer política. Isso tem realmente feito a diferença ao longo desses três anos e três meses”, completou.

Bolsonaro citou a Guerrilha do Araguaia em 1973, a maior tentativa do Partido Comunista do Brasil de instaurar um movimento comunista rural no país. “Estou numa cidade que marcou, em 1973, a luta do bem contra o mal. O bem venceu. Derrotamos os comunistas, aqueles que queriam fazer do Brasil uma Cuba. O povo brasileiro, se preciso for, dará a sua vida por democracia e liberdade”, destacou.

“O povo brasileiro é forte”

O chefe do Executivo seguiu alfinetando a gestão petista em seu discurso, apontando que “outros que, no passado, se vangloriavam de defender o povo, na verdade, nada fizeram pelos habitantes da região”. E voltou a culpar os governadores e a guerra na Ucrânia pela alta da inflação, alegando, no entanto, que “o povo brasileiro é forte” e que, “se Deus quiser, brevemente voltaremos à normalidade”.

“Temos tudo para mudar o destino do Brasil. Reconheço os problemas que temos enfrentado: inflação dos alimentos, do preços de combustíveis. Consequência daquela política do 'fique em casa, a economia a gente vê depois'. É consequência também de outros fatores como a guerra a 10 mil km daqui. Mas o povo brasileiro é forte. Dou, da minha parte, a vida por vocês. Se Deus quiser, brevemente voltaremos à normalidade.”

Reeleição

Em referência à tentativa de reeleição em 2022, Bolsonaro destacou que não poderá participar da inauguração da Ponte local, por conta da legislação eleitoral que impede que candidatos participem de entregas de obras públicas, mas prometeu retornar à cidade em “2023” para “tomar” a ponte com pessoas trajando verde e amarelo.

“Povo dessa região do Tocantins e também do Pará que está aqui, estejam certos que juntos mudaremos o destino do Brasil. Este ano, não poderei estar por ocasião da inauguração da ponte, mas me comprometo a voltar no início de 2023 para tomarmos essa ponte de pessoas vestindo as cores verde e amarela da nossa bandeira”, disse sendo ovacionado pela plateia.

O presidente estava acompanhado de ministros que deixarão o governo para concorrer a cargos. O ministro do Turismo, Gilson Machado, discursou em tom de campanha elogiando Bolsonaro: “Prefiro 10 mil vezes um presidente que reze o Pai Nosso do que um presidente que roube o pão nosso”, atacou. Também esteve presente o ministro da Infraestutura, Tarcísio Freitas, que deve disputar o governo de São Paulo.

O senador Eduardo Gomes, líder do governo no Congresso, emendou que além da Ponte de Xambioá, o presidente também entrega melhorias à região.

“Presidente, o senhor já entregou a ponte da educação e da cultura, criando a Universidade Federal do Norte do Tocantins. O senhor já entregou a ponte de mais de 10 mil títulos de terra, o senhor está entregando, agora, os projetos e fazendo com que o Tocantins tenha duas novas BRs. Por isso, (tenho) o orgulho de ter a missão nobre, com meus pares senadores, de atravessar esse momento do Brasil com um homem como Bolsonaro.”

À tarde, a expectativa é de que o presidente ainda participe da cerimônia de lançamento do programa DNA do Brasil Talentos, que atenderá crianças e adolescentes do Tocantins.

Mais cedo, em visita às obras de construção da Ponte de Xambioá (TO), em São Geraldo do Araguaia (PA), do outro lado da obra, Bolsonaro cumprimentou apoiadores, tirou fotos e visitou as obras de modernização e qualificação do Aeroporto de Araguaína.

Em rápido discurso no local, o chefe do Executivo disse que “a Presidência da República é uma missão de Deus”. “Temos respeito muito grande com o dinheiro que é de cada um de vocês. Brevemente, vocês serão livres da balsa que aqui opera. Chega de pagar caro para atravessar o rio. O progresso ainda mais se fará presente”, anunciou.

O presidente também se disse muito querido nos estados por onde passa. “Rodamos o Brasil todo. De norte a sul, de leste a oeste. A reação do povo conosco é exatamente a mesma. Aqui, pulsa patriotismo, pulsa a liberdade. Hoje, temos um presidente que acredita em Deus, que defende a família brasileira e que deve lealdade ao seu povo. O retorno do patriotismo, a garantia da nossa liberdade, vendo cada vez mais a cor verde amarela na nossa frente, é excepcional”, comentou.

Nas redes sociais do presidente, ele postou que “avança a construção da ponte sobre o Rio Araguaia, na BR-153/PA/TO, entre Xambioá/TO e São Geraldo do Araguaia/PA. Com 1.727 metros de extensão, será a maior ponte de Tocantins. Na fase atual da obra, iniciada no atual gestão, já foram executados 73% das fundações e blocos, 66% dos pilares e travessias e 22% das vigas e lajes”.

“Demanda histórica da região, a ponte vai beneficiar cerca de 500 mil pessoas. Com a conclusão da obra, o percurso será feito em maior segurança, aposentando mais uma balsa no país e gerando enorme economia direta e indiretamente ao brasileiro”, completou.

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