Uma reunião para debater os rumos de uma candidatura unificada do autodenominado centro democrático, a chamada terceira via, marcada para esta segunda-feira acabou adiada. O encontro, agendado pelo ex-governador e presidenciável, João Doria (PSDB), não vai ocorrer, oficialmente, por "desencontro de agendas".
A princípio, estariam no jantar os presidentes do PSDB, Bruno Araújo; do MDB, Baleia Rossi; do União Brasil, Luciano Bivar — que também é o nome da legenda para integrar a chapa única —; e do Cidadania, Roberto Freire. Ainda que anunciado por Doria, o convite não teria chegado a todos os caciques. Segundo correligionários do tucano, Bruno Araújo não foi convidado e, assim, não participaria do encontro.
A ideia de Doria, no entanto, seria "dar um recado político" frente aos outros líderes. "O movimento do Doria é para parecer que ele está como protagonista da campanha. Mas o presidente de qualquer partido no Brasil é o verdadeiro chefe da campanha porque, pela legislação, quem comanda a destinação de verbas é o presidente do partido", afirmou uma fonte próxima à cúpula do partido.
Outra questão para o adiamento seria a incompatibilidade de agendas com os pré-candidatos Simone Tebet (MDB) e Luciano Bivar. A assessoria da senadora informou não ter conhecimento sobre o convite, mas ela está em São Paulo para assuntos na capital e tem agenda marcada em Brasília à noite "há bastante tempo". Se houve convite, não entrou nos planos da parlamentar. Já Bivar não respondeu aos contatos da reportagem até o fechamento desta edição.
No texto sobre o cancelamento do jantar, enviado à imprensa pela assessoria de Doria, diz que "nova reunião será agendada para possibilitar a presença de todos (PSDB, MDB, União Brasil e Cidadania). A pauta prevista é a discussão de critérios e caminhos para um projeto único de esperança para o Brasil e para os brasileiros".
Também havia sido ventilado que o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite e o ex-presidente Michel Temer, que têm mantido conversas com praticamente todos os pré-candidatos, estariam presentes. Contudo, segundo a assessoria de ambos, mesmo que houvesse o encontro, eles não iriam. O emedebista está a caminho dos Estados Unidos e o gaúcho permanece no Sul.
Palanques
O encontro seria um teste de resiliência para João Doria, que agora disputa a cabeça na chapa do centro democrático com Simone Tebet. Ainda que a carta de Eduardo Leite na semana passada, ao qual afirmou apoio ao paulista na corrida pelo Planalto, tenha dado uma trégua na disputa entre os dois pela vaga pelo partido, o gaúcho — que renunciou ao cargo no Rio Grande do Sul — ainda pode ser a candidato a vice em uma chapa com a senadora.
Na pauta do encontro, ainda estava o debate sobre palanques regionais, especialmente para não dificultar os arranjos locais. Nesse aspecto, Tebet leva vantagem em razão da baixa rejeição e da capilaridade do MDB, que tem estrutura montada na grande maioria dos municípios do país.
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