PUBLICAÇÃO

Servidores do Ipea lançam livro sobre "assédio oficial" de Bolsonaro

Assédio institucional no Brasil: Avanço do autoritarismo e desconstrução do Estado é o título do "livro denúncia" lançado por funcionários do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)

Michelle Portela
postado em 04/05/2022 12:41
 (crédito:  Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
(crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Assédio institucional no Brasil: Avanço do autoritarismo e desconstrução do Estado é o título do “livro denúncia" lançado por funcionários do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta quarta-feira (4/5). Na publicação, os autores buscam reunir informações sobre “assédio institucional, avanço do autoritarismo e desconstrução do Estado Nacional desde o início do governo Bolsonaro''.

O evento de lançamento do livro aconteceu hoje, na sede do Sindicato dos Funcionários do Ipea (Afipea), onde também foi divulgada “Carta Aberta à Sociedade Brasileira, sua Classe Política e seus Representantes Eleitos”, para alertar a sociedade a respeito do crescimento do assédio institucional que permeia funcionalismo público.

“Este livro nasceu de inquietações, angústias e medos. O assédio institucional no setor público brasileiro, fenômeno novo e perturbador — presente com força desde o golpe de 2016 e hoje largamente disseminado pelo governo Bolsonaro, mormente em âmbito federal — é o conceito, o mote e a expressão por nós utilizada neste livro para caracterizar esse processo virulento e insidioso”, dizem os pesquisadores na apresentação do livro.

A obra foi organizada pelo presidente do Afipea, José Celso Cardoso Jr., uma das lideranças das mobilizações contra a reforma administrativa, pesquisador do Ipea e doutor em desenvolvimento pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE-Unicamp).

Também são organizadores do livro Frederico Barbosa, pesquisador do Ipea e doutor em sociologia pela Universidade de Brasília (UnB); Monique Florencio, doutora em antropologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF); e Tatiana Lemos Sandim, doutora em administração pública e governo pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Para os pesquisadores, a publicação serve para mapear o avanço do “liberalismo fundamentalista”, que eles classificam como antinacional, antipopular e antidesenvolvimento; do autoritarismo que necessariamente acompanha o liberalismo antinacional, os ataques à Constituição e a desconstrução do Estado nacional, suas organizações, institucionalidades, políticas e servidores públicos.

“Neste sentido, este livro pode ser visto, ao mesmo tempo, como registro teórico e empírico acerca do assédio institucional, aqui entendido como técnica ou método deste governo para levar a cabo, cotidianamente, os seus intentos político-ideológicos, mas também como comprovação fática dos seus malfeitos e crimes contra a administração pública federal, servidores públicos e contra a população em geral”, avaliam.

Segundo eles, o “livro-denúncia” torna público os processos concretos e consequências para a democracia. “Barrados nas urnas, nas ruas, nas casas e nas organizações, sob o risco de, em conseguindo fazer avançar seus métodos fascistas e objetivos de destruição, colocar em perigo a tênue unidade social e territorial brasileira, bem como em modo irreversível as chances de enfrentamento coerente e eficaz das mazelas que deixarão pelo caminho”, explicam.

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