Poder

Bolsonaro baixa o tom e diz que não há "denúncias consistentes de corrupção"

Presidente deixa para trás discurso de que não há sequer denúncias de corrupção em seu governo e diz que se aparecerem casos "consistentes" serão levados à Justiça

Cristiane Noberto
postado em 05/05/2022 14:17 / atualizado em 05/05/2022 20:54
 (crédito: YouTube/Reprodução)
(crédito: YouTube/Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse não haver denúncias "consistentes" sobre corrupção em seu governo. O chefe do Executivo baixou o tom durante discurso na cerimônia de entrega da obra “Vertente Litorânea”, em Itatuba (PB), nesta quinta-feira (5/5).

“Nosso governo, até o momento, não tem apresentado desvio de recursos, não tem denúncias consistentes sobre corrupção. E digo mais: se aparecer, nós ajudaremos a identificar os possíveis culpados para que a Justiça decida o seu destino”, disse.

Desde que assumiu o governo, Bolsonaro frisava que não haver sequer denúncias de corrupção. O combate aos desvios, inclusive, foi mote de sua campanha presidencial em 2018.

A mudança no discurso vem em meio a denúncias como a que envolve o Ministério da Educação. Pastores evangélicos são acusados de chefiar um "gabinete paralelo" na pasta.O caso levou à queda do então ministro Milton Ribeiro. Aliados do presidente teriam comentado ser ruim para a campanha de reeleição do presidente manter o pastor evangélico no cargo.

ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro, contudo, continuou no cargo mesmo após o Ministério Público de Minas Gerais o acusar de envolvimento em candidaturas laranjas no estado. Recentemente, Álvaro esteve no gabinete de Bolsonaro acompanhado de pastores evangélicos no intuito de pedir apoio ao presidente para sua candidatura ao Senado.

Em dado momento, um dos religiosos ia se referir ao ex-ministro como "nosso futuro..." — dando a entender que falaria "senador". Bolsonaro, então, se antecipa e interrompe se esquivando: "Não, não. Não vamos falar nada de futuro aqui, não". O religioso ainda tenta novamente e fala que Marcelo Álvaro é "candidato". O presidente interrompe novamente e diz: "É colega".

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