Los Angeles

Brasil faz busca "incansável" por desaparecidos na Amazônia, diz Bolsonaro

Fala ocorreu em discurso nesta sexta (10/6). Ontem (9/6), porém, o presidente voltou a afirmar que os desaparecidos foram para uma "aventura"

Ingrid Soares
postado em 10/06/2022 17:22 / atualizado em 10/06/2022 17:23
 (crédito:  Jim WATSON / AFP)
(crédito: Jim WATSON / AFP)

Cobrado internacionalmente, o presidente Jair Bolsonaro (PL) usou parte de seu discurso na Cúpula das Américas, em Los Angeles, nesta sexta-feira (10/06) para destacar o trabalho de buscas ao indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai) Bruno Araújo Pereira e ao jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian.

Segundo o chefe do Executivo, o Brasil realiza busca pelos dois de maneira incansável. “Desde o último domingo, quando tivemos informação que dois cidadãos desapareceram no Vale do Javari, desde o primeiro momento nossas Forças Armadas e Polícia Federal têm se destacado na busca incansável da localização dessas pessoas. Pedimos a Deus que sejam encontrados com vida”, apontou.

Já ontem, nos Estados Unidos, Bolsonaro voltou a dizer que os desaparecidos na Amazônia foram para uma “aventura”. Ainda segundo o chefe do Executivo, a chance de encontrá-los vivos “diminui a cada dia”.
“Não tenho notícias do paradeiro deles. Pedimos a Deus que sejam encontrados vivos, mas sabemos que a cada dia que passa essa chance diminui. Eles entraram em uma área, não participaran a Funai. Tem um protocolo a ser seguido, e naquela região geralmente a gente anda escoltado. Foram para uma aventura. A gente lamenta pelo pior", disse na data.

No último dia 7, o presidente afirmou que os dois estavam em "uma aventura que não é recomendável que se faça" e afirmou ainda que, entre as hipóteses, "pode ser que tenham sofrido um acidente" ou que "tenham sido executados".

Indigenista comunicou a Funai

Documentos obtidos pela TV Globo e pela CNN comprovam, no entanto, que o indigenista tinha autorização da Funai para fazer a expedição. De acordo com o documento, a Funai autorizou a entrada de Bruno na área entre 17 e 30 de maio. Ele entrou no dia 21, sem a companhia do jornalista britânico. Na ocasião, participou de reuniões nas aldeias e estava acompanhado de um representante da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) e do presidente de uma associação de moradores da região.

À época, a Funai exigia autorização para entrar na terra indígena devido ao risco de contaminação dos indígenas com a covid-19. Agora, essa autorização prévia não é mais necessária. Dom Phillips não chegou a entrar na Terra Indígena. O trabalho que ele estava fazendo era fora da área. Ambos desapareceram no trajeto entre a comunidade de São Rafael e Atalaia do Norte, que não fica na reserva.

Nesta quinta, a Univaja também se pronunciou e disse que Bruno tinha comunicado a entrada na Terra Indígena e confirmou que, no momento do desaparecimento, eles não estavam na área de preservação.

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