ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Cacique Serere foi preso a pedido da PGR por atos antidemocráticos

A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, após pedido do PGR, núcleo ligado ao governo federal, que entendeu que a detenção do indígena é uma forma de garantir a ordem pública

Talita de Souza
postado em 12/12/2022 21:49 / atualizado em 12/12/2022 23:16
Cacique Serere se tornou conhecido por liderar indígenas bolsonaristas em atos em espaços públicos como o Park Shopping e p Aeroporto de Brasília. Ele chegou a convocar
Cacique Serere se tornou conhecido por liderar indígenas bolsonaristas em atos em espaços públicos como o Park Shopping e p Aeroporto de Brasília. Ele chegou a convocar "pessoas armadas para impedir a diplomação" de Lula - (crédito: Twitter/Reprodução)

O Cacique Serere Xavante, que se tornou conhecido por liderar indígenas bolsonaristas em atos em espaços públicos como o Park Shopping, foi preso nesta segunda-feira (12/12) por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A prisão foi pedida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), núcleo ligado ao governo federal, que entendeu que a detenção do indígena é uma forma de garantir a ordem pública.

  • Um veículo pega fogo após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Um veículo pega fogo após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Ônibus pega fogo após confronto entre tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro protestam contra a prisão de líder indígena em confronto com a tropa de choque em Brasília em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Ônibus pega fogo após confronto entre tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Veículo pega fogo em posto de gasolina após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Veículo pega fogo em posto de gasolina após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Um veículo pega fogo próximo a um posto de gasolina após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Veículo pega fogo em posto de gasolina após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Veículo pega fogo em posto de gasolina após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP

A prisão foi apontada, pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) ao Correio, como o motivo para o início de vandalismos feitos por bolsonaristas na noite desta segunda. Um grupo de apoiadores ateou fogo em um ônibus e em outros veículos, além de entrarem em confronto com a polícia.

Nos autos da decisão, há a compilação de autos da prática dos “crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”. A PGR afirmou que o cacique se utiliza, nos últimos dias, da posição de líder indígena do Povo Xavante para levar os seguidores a cometer crimes, mediante a proliferação da ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito Lula, além dos ministros Moraes e Luís Roberto Barroso.

“A manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos”, registrou a PGR no documento de petição.

Moraes, ao examinar o pedido, entendeu que as condutas do cacique, “amplamente noticias na imprensa e divulgadas nas redes sociais”, são graves e demonstram como a liberdade de Serere pode ser um risco, “uma vez que Serere Xavante convocou expressamente pessoas armadas para impedir a diplomação dos eleitos”.

“A restrição da liberdade do investigado, com a decretação da prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez da investigação”, disse o ministro na decisão.

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