Terrorismo em Brasília

Em Davos, Marina e Haddad defendem reação do governo aos atos extremistas

Os ministros participaram nesta terça (17/1) de um painel especial sobre o Brasil no Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos, na Suíça

Victor Correia
postado em 17/01/2023 11:10 / atualizado em 17/01/2023 11:10
 (crédito: Reprodução/Youtube @World Economic Forum)
(crédito: Reprodução/Youtube @World Economic Forum)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Meio Ambiente e e Mudança do Clima, Marina Silva, declararam nesta terça-feira (17/1), em Davos, na Suíça, onde participam do Fórum Econômico Mundial, que os ataques golpistas provocaram forte reação por parte das instituições e asseguraram à comunidade internacional que o governo federal tem a situação sob controle.

Para eles, o surgimento de grupos extremistas antidemocráticos é um fenômeno mundial, e a frente ampla formada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é "robusta o suficiente" para garantir a estabilidade política.

"Estou preocupado porque é claro que você não está em uma posição confortável quando você tem uma oposição que é extrema. Nós precisamos de partidos que estejam comprometidos com a democracia sendo eleitos, e não é isso que temos agora no Brasil. Mas eu acredito que, com o presidente Lula, e por causa de todas as diferentes personalidades que querem colaborar com o governo, teremos sucesso", declarou Haddad.

Marina e Haddad participaram de um painel especial, dedicado ao país, chamado "Brasil: um novo roteiro". O Fórum Econômico Mundial teve início ontem e seguirá até sexta-feira (20). Além da participação em painéis e outros eventos, os ministros realizam encontros bilaterais com autoridades, empresários e investidores.

O ministro da Fazenda revelou que, após os ataques de 8 de janeiro, o pedido de encontros explodiu, atingindo mais de 50. Durante a semana, ele tem 12 reuniões marcadas. Segundo Haddad, o Brasil já viu movimentos de extrema-direita antes em sua história, mas que "nunca se elegeram", em contraste com a eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do número de bolsonaristas eleitos para o Congresso Nacional, tanto em 2018 quanto em 2022.

"Porém, eu acho que o presidente Lula estabeleceu uma coalizão muito ampla, muito forte, já no primeiro turno das eleições. E, no segundo turno, ele ampliou essa frente. Agora, ele tem uma base sólida, que é um pouco frágil por causa da forma como os partidos são organizados no Brasil", avaliou o ministro. "Mas acho que [a frente] é robusta o suficiente para que nós possamos enfrentar os desafios que virão. Especialmente vindos da extrema-direita", completou. Haddad reforçou que a reação das instituições democráticas contra a tentativa de golpe foi rápida e fortaleceu a democracia brasileira.

Democracia na América do Sul

Marina Silva, por sua vez, ressaltou que o surgimento de grupos extremistas é um fenômeno que acontece em todo o mundo.

"As democracias estão trabalhando muito duro para enfrentar a situação. Essas situações criam uma grande instabilidade, não somente política mas também nos aspectos econômicos e sociais, em termos de políticas públicas, e também para ser capaz de investir e melhorar a qualidade de vida das pessoas", declarou a ministra do Meio Ambiente.

Segundo Marina, além das ações internas para combater os atos extremistas, o presidente vai atuar ainda na América Latina, em conjunto com outras democracias da região. "Vai ser um esforço conjunto, com parcerias. O presidente Lula deve viajar pela região, e esse ato vai ser um ato de solidariedade, e vai sempre ter que ser uma resposta que olha para aspectos políticos, econômicos e sociais.

Os ataques terroristas de 8 de janeiro levantaram a atenção da comunidade internacional de investidores, já que um cenário de instabilidade política pode desencorajar o investimento no Brasil. Haddad e Marina, com sua participação em Davos, buscam mostrar ao mundo que houve uma forte reação aos atos e que o presidente Lula mantém o controle da situação.

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