Governo

Lula diz que Forças Armadas assumiram compromisso de despolitização

"Tenho a palavra das três Forças de que vai ter um esforço muito grande para despolitizar as Forças Armadas", disse o presidente Lula

Ingrid Soares
postado em 21/03/2023 17:25
 (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
(crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (21/3) que as Forças Armadas assumiram o compromisso de despolitizar a corporação. A declaração ocorreu durante entrevista à TV 247.

“Tenho a palavra das três Forças de que vai ter um esforço muito grande para despolitizar as Forças Armadas. Vamos discutir com o Congresso. Temos interesse em mandar o projeto de lei dizendo que quem quiser ser candidato a alguma coisa vá para a reserva. O que não dá é ficar utilizando as Forças Armadas para fazer política”, apontou, em referência a uma minuta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para obrigar militares a migrarem para a reserva caso queiram disputar eleição ou assumir ministérios.

“Elas têm compromisso na nossa Constituição. Elas têm que atender ao presidente, independentemente do partido. Têm que obedecer dentro das regras da Constituição. É isso que eu quero. Não quero pedir para general, coronel votar em mim, não quero saber em quem eles vão votar. Só quero que eles cumpram o que está na Constituição, cumprir o papel da Forças Armadas para que o povo aprenda a respeitar as FA e elas aprendam a respeitar a democracia. Isso acontecendo para mim, está extraordinário”, continuou.

Relação melhorada 

Em aceno aos militares após crise instalada nos atos terroristas de 8 de janeiro, o presidente almoçou no último dia 15 com o comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, e com o ministro da Defesa, José Múcio. Ontem, também recebeu no Planalto o ministro da Defesa, José Múcio; o comandante do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva; o comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen; e o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno. Segundo o presidente, a agenda tratou da indicação de comandantes.

“Já fui almoçar na Marinha, ontem fiz indicação de vários comandantes. Quero almoçar no Exército, na Aeronáutica. Quero fazer com que eles participem das coisas que fazemos. A gente só vai conseguir que esse país seja democrático quando a gente conviver igual com os militares, não podem ser seres humanos diferenciados. Vou tratar eles com o respeito que merecem, e quero que tratem a democracia como merece também”, ressaltou.

Lula afirmou também que não ficará "de biquinho" com as Forças Armadas e defendeu punição dos envolvidos nos atos terroristas ocorridos na Esplanada. “Pela Constituição sou o chefe supremo das Forças Armadas. Aeronáutica, Marinha e Exército obedecem a um comando do presidente. E eu faço questão de naquilo que for necessário fazer eu fazer. Eu não vou ficar de biquinho com as Forças Armadas. Estamos discutindo coisas sérias. Todas aquelas pessoas que participaram da movimentação de 8 de janeiro, naquele golpe, vão ser punidas. E quem participou do golpe será punido pela justiça civil e não pela justiça militar.”

Lula repetiu acreditar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria planejado os ataques. “Na minha cabeça o Bolsonaro tinha pensado aquilo para o dia 1º de janeiro. Acontece que no dia 1º tinha muita gente, e eles então resolveram recuar e fizeram aquilo no dia 8.”

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