Lisboa — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou seu discurso na abertura da reunião de Cúpula entre a União Europeia e a Comunidade dos Países Latino-americanos e do Caribe (Celac) e, em Bruxelas, nesta segunda-feira (17/7), para atacar os crescentes gastos militares das economias desenvolvidas enquanto a fome aumenta no mundo. “Apenas em 2022, em vez de matar a fome de milhões de seres humanos, o mundo gastou US$ 2,24 trilhões para alimentar a máquina de guerra, que só causa mortes, destruição e ainda mais fome”, disse.
Lula destacou que, na semana passada, a Organização das Nações Unidas (ONU) informou que 735 milhões de pessoas não tinham o que comer, das quais 21,1 milhões estão no Brasil. Diante dessa tragédia, o líder brasileiro assinalou que é preciso disposição para se chegar a um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, que travam uma guerra nas franjas da Europa. Isso passa, inclusive, por profundas reformulações em instituições como o Conselho de Segurança da ONU. “Precisamos superar os grandes desafios que temos diante de nós, e isso implica mudanças sistêmicas profundas. Dividir o mundo em blocos antagônicos seria uma insensatez.
“A guerra na Ucrânia é mais uma confirmação de que o Conselho de Segurança das Nações Unidas não atende aos atuais desafios à paz e à segurança. Seus próprios membros não respeitam a Carta da ONU”, assinalou o presidente, reforçando que, o Brasil repudia veementemente o uso da força como meio de resolver disputas e sanções comerciais. “O Brasil apoia as iniciativas promovidas por diferentes países e regiões em favor da cessação imediata de hostilidades e de uma paz negociada. Recorrer a sanções e bloqueios sem o amparo do direito internacional serve apenas para penalizar as populações mais vulneráveis”, frisou. Ele ainda reclamou que os países ricos ficaram de destinar, a partir de 2009, US$ 100 bilhões por ano às nações em desenvolvimento para compensar “o mal de causaram ao planeta”, mas essa ajuda nunca chegou.
Saiba Mais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.