Educação antirracista

Anielle Franco lança programa de intercâmbio com países africanos

A ministra da Igualdade Racial viaja pela primeira vez ao continente africano e terá agendas na África do Sul, Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe

A iniciativa tem o objetivo de promover intercâmbios entre estudantes e professores negros e quilombolas para fortalecer uma educação antirracista -  (crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
A iniciativa tem o objetivo de promover intercâmbios entre estudantes e professores negros e quilombolas para fortalecer uma educação antirracista - (crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
Rafaela Gonçalves
postado em 21/08/2023 11:55 / atualizado em 21/08/2023 11:57

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, desembarcou nesta segunda-feira (21/8), na África do Sul, na comitiva brasileira para a 15ª Cúpula do Brics — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A chefe da pasta, que viaja pela primeira vez ao continente africano, tem agendas também em Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Amanhã, Anielle Franco vai se reunir com o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Moçambique, Daniel Nivagara, e com reitores de universidades do país para a efetivação do programa Caminhos Amefricanos — uma iniciativa de intercâmbios sul-sul de curta duração anunciado em julho deste ano, no Maranhão.

A ação tem o objetivo de promover intercâmbios entre estudantes e professores negros e quilombolas para fortalecer uma educação antirracista. Serão oferecidas no primeiro ano 150 bolsas para estudar em países do sul global, a princípio em Cabo Verde, Colômbia e Moçambique, sendo 50 bolsas para cada. De cada um dos países também virão 10 alunos para o Brasil. O investimento total é de R$ 4,5 milhões, as bolsas variam entre R$ 2 a R$ 5 mil.

Agenda extensa 

Anielle Franco também vai participar da roda de conversa “Caminhos Amefricanos: fortalecendo as mulheres nos espaços de poder”, na Universidade Pedagógica de Maputo. “Viemos fortalecer nossos vínculos afrodiaspóricos e nossa relação intercontinental. Como disse Lélia Gonzalez, é a nossa amefricanidade que nos define enquanto população negra brasileira. A história do continente africano está diretamente ligada à nossa memória enquanto país, que foi por séculos esquecida e apagada”, disse a ministra.

Na quarta-feira, participará, em Joanesburgo, África do Sul, de sessões plenárias do Brics, e visitará com a primeira-dama Janja o bairro de Soweto, periferia histórica de símbolo de resistência e luta contra a segregação do apartheid no país. Estão previstas ainda reuniões com o Parlamento Sul-Africano, o Mecanismo Africano de Revisão por Pares (African Peer Review Mechanism - APRM) com lideranças políticas femininas da África do Sul.

Franco também visita o Museu do Apartheid e se reunirá com Graça Machel Mandela, política e ativista dos direitos humanos moçambicana. Na sexta-feira, Anielle segue para Angola, onde participa de reunião com o presidente João Lourenço e outras agendas também com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A viagem se encerra domingo, com agenda em São Tomé e Príncipe.

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