Investigação

Lula diz que nº 2 da Abin pode cair se comprovada relação com Ramagem

Alessandro Moretti, segundo investigadores da PF, manteve contato com o ex-diretor da agência, acusado de criar "Abin paralela", e repassou informações sigilosas

"Se isso for verdade, não há clima para esse cidadão continuar na polícia", disse Lula - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
postado em 30/01/2024 10:46 / atualizado em 30/01/2024 14:51

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou, nesta terça-feira (30/1), a possível saída do diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alessandro Moretti, caso se comprove sua relação com o ex-diretor geral da agência Alexandre Ramagem, apontado como responsável pela criação de uma equipe paralela na instituição para espionar ilegalmente adversários do governo de Jair Bolsonaro.

Segundo Lula, "se isso for verdade, e isso está sendo provado, não há clima para esse cidadão continuar na polícia". Moretti é, atualmente, o segundo em comando na Abin, subordinado ao diretor-geral Luiz Fernando Corrêa. De acordo com investigadores da Polícia Federal (PF), membros da atual cúpula da Abin mantiveram contato com Ramagem e repassaram informações sigilosas.

"A gente nunca está seguro"

A investigação da PF veio a público na semana passada, gerando pressão para que Corrêa e Moretti sejam demitidos. Lula, porém, disse confiar no diretor-geral que indicou ao cargo. Mesmo assim, demonstrou insegurança quanto à equipe atual da Abin.

"A gente nunca está seguro. O companheiro que eu indiquei para ser o diretor-geral da Abin é o companheiro que foi o meu diretor-geral da PF entre 2007 e 2010. É uma pessoa que eu tenho muita confiança e por isso eu o chamei, já que eu não conhecia ninguém dentro da Abin. E esse companheiro montou a equipe dele. Dentro dessa equipe tem um cidadão [Moretti], que é o que está sendo acusado, que mantinha relações com o Ramagem", contou o presidente em entrevista à CBN Recife

O petista também frisou que, apesar do mal-estar causado pela operação, é preciso investigar corretamente o caso antes de chegar a conclusões. "Se você se deixar levar apenas pela manchete de jornal, você muitas vezes é teoricamente contra a pena de morte, mas você está matando as pessoas sem dar chance de as pessoas se defenderem", disse.

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