Brasil-França

Lula leva Macron da Amazônia ao litoral fluminense na semana que vem

O presidente francês visitará o Brasil a partir de terça-feira (26/3) em uma agenda de três dias. Ao lado de Lula, ele irá a Belém, Rio de Janeiro, Brasília e, possivelmente, São Paulo

No Brasil, Macron visitará a Amazônia, o programa de desenvolvimento de submarinos e a capital federal -  (crédito: Ricardo Stuckert/PT)
No Brasil, Macron visitará a Amazônia, o programa de desenvolvimento de submarinos e a capital federal - (crédito: Ricardo Stuckert/PT)
postado em 19/03/2024 11:16

O presidente da França, Emmanuel Macron, fará um tour pelo Brasil na semana que vem ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A agenda de compromissos incluirá quatro cidades, com duração de três dias, a partir de terça (26/3).

O encontro ocorre em meio à expectativa de conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia, travado pelos franceses. Há, porém, poucas chances de progresso. As discussões vão focar na relação bilateral Brasil-França, incluindo a assinatura de acordos de cooperação, e nos desafios da geopolítica global.

Macron vai desembarcar na terça em Belém, no Pará, onde será recebido pelo petista. A cidade sediará a COP30 no ano que vem, a conferência das Nações Unidades para debater mudanças climáticas, tema que recebe grande apoio da França. O país europeu ganha destaque ainda nas discussões sobre a Amazônia, já que a Guiana Francesa, seu território, contém parte da floresta tropical e faz fronteira com o Brasil. 

No dia seguinte, quarta-feira, Macron vai a Itaguaí, no litoral do Rio de Janeiro, para visitar a sede do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). O projeto teve início em 2008 e é fruto de uma parceria estratégica entre os dois países. O objetivo é entregar quatro submarinos de propulsão convencional e um nuclear.

O presidente da França expressou também seu desejo de ir a São Paulo, mas a agenda ainda não foi confirmada oficialmente. Em seu último dia no país, na quinta, Macron estará em Brasília e será recebido oficialmente por Lula no Palácio do Planalto. Ele também deve se encontrar com o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Em junho do ano passado, Lula esteve em Paris, onde foi recebido por Macron e discursou em um festival de música organizado pela banda Coldplay.

Mercosul e União Europeia

O presidente Lula tenta concluir o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, mas o pacto está travado pela resistência francesa. Macron cobra exigências ambientais mais duras e medidas para proteger a agricultura de seu país contra os produtos brasileiros e dos demais países da América Latina.

No início do mês, o chefe do Executivo discutiu o tema com o presidente de governo da Espanha, Pedro Sanchéz, do qual recebeu apoio. Lula chegou a dizer, em coletiva de imprensa, que o voto da França não seria necessário para a aprovação do tratado.

"Qual é a minha tranquilidade? Segundo minhas informações, a União Europeia não depende do voto da França. A União Europeia tem uma procuração para fazer o acordo. A França pode não gostar, paciência", respondeu o petista ao ser questionado sobre jornalistas na ocasião.

Por outro lado, o governo francês deve expressar apoio à presidência do Brasil no G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, que tem o combate à desigualdade e às mudanças climáticas como pautas principais. A França defende ainda a necessidade de se reformar a governança global, e apoia o pleito do Brasil por uma cadeira no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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