Rio de Janeiro

Nísia sobre repasse à cidade onde filho é secretário: "Critérios rigorosamente técnicos"

Ministra da Saúde negou que tenha favorecido a prefeitura de Cabo Frio, no Rio, em troca de nomeação de filho e disse que não participou de cálculos para determinar o valor da verba, de mais de R$ 55 milhões

De acordo com informações divulgadas, o Ministério da Saúde repassou um valor maior do que o previsto para Cabo Frio, cidade em que o filho de Nísia atua como secretário de Cultura -  (crédito: Reprodução/Edilson Rodrigues/Agência Senado)
De acordo com informações divulgadas, o Ministério da Saúde repassou um valor maior do que o previsto para Cabo Frio, cidade em que o filho de Nísia atua como secretário de Cultura - (crédito: Reprodução/Edilson Rodrigues/Agência Senado)
postado em 16/04/2024 15:44 / atualizado em 16/04/2024 15:45

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, negou, nesta terça-feira (16/4), que Cabo Frio, no Rio de Janeiro, tenha recebido um repasse maior do que outros municípios. Os esclarecimentos sobre a verba milionária destinada à cidade fluminense foram prestados durante audiência pública realizada no Senado, nesta terça-feira (16/4).

“Em relação às questões orçamentárias, a solicitação vinha de um prefeito que, infelizmente, faleceu. Vinha, desde janeiro, parecer da CIB (Comissão Intergestores Bipartite), aprovação dentro do ministério, e o que nós fizemos foi, não só em Cabo Frio, mas em todo Brasil, reparar danos históricos à saúde da população, independentemente do partido de seus governantes”, ressaltou Nísia.

De acordo com informações divulgadas por reportagem do UOL, o Ministério da Saúde repassou um valor maior do que o previsto para Cabo Frio. A CIB teria autorizado o repasse de R$ 4,6 milhões para a cidade, mas mais de R$ 55 milhões foram depositados nos cofres da prefeitura.

Menos de um mês depois da liberação da verba, o nome do filho da ministra, Marcio Lima Sampaio, foi publicado no Diário Oficial de Cabo Frio para o cargo de secretário de Cultura do município. Nísia, entretanto, negou qualquer favorecimento. “Tudo o que foi feito dentro do Ministério da Saúde foi feito dentro da política do SUS (Sistema Único de Saúde), que é respaldada pelo presidente Lula”, garantiu.

A chefe da Saúde explicou que os cálculos que determinam o valor do repasse são feitos sem a sua participação e que o dinheiro a mais foi depositado atendendo a solicitações encaminhadas à pasta antes do início de sua gestão. “Nós seguimos estritamente a legislação do SUS e as portarias e normativas do Ministério da Saúde”, afirmou. “Tudo é feito a partir de um cálculo do qual, naturalmente, a ministra não participa. São critérios rigorosamente técnicos”, completou.

“Não é verdade que o município de Cabo Frio recebeu um valor maior do que outros municípios comparáveis”, assegurou. “No caso de Cabo Frio, havia uma demanda anterior à minha gestão. Recebemos muitas demandas paradas, e analisamos todas elas. Trata-se de uma correção de um problema que se arrastava. Posso citar outros municípios que receberam bem mais do que Cabo Frio, tudo devidamente avaliado”, justificou ela.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação