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Em discursos de abertura, Alcolumbre e Motta mostram apoio à agenda do governo

Em visita ao presidente Lula, novos chefes da Câmara e do Senado falam em convivência harmônica entre os Poderes. Deputado diz estar "100% à disposição" para, juntos, trabalharem pelo Brasil. Senador prega aval às pautas do Executivo

Lula recebe presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, no Palácio do Planalto -  (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
Lula recebe presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, no Palácio do Planalto - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Congresso não terá dificuldade em lidar com o Executivo. A declaração foi dada após reunião com os novos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), eleitos no sábado. Em contrapartida, ele ouviu dos dois líderes que haverá sintonia para avalizar as pautas do Planalto.

"Estou muito feliz, porque, primeiro, sou amigo dos dois, tenho conhecimento do compromisso democrático que os dois têm e quero dizer que eles não terão problema na relação política com o Poder Executivo", ressaltou, na presença de ambos. "Tenho certeza de que a nossa convivência será exemplo para o futuro e para aqueles que hoje fazem parte do presente e que, muitas vezes, não querem entender a necessidade da convivência democrática."

Lula também disse que a convivência "será um exemplo de fortalecimento da democracia brasileira". "Cada um tendo noção exata do seu papel", enfatizou.

Motta complementou que a Câmara estará à disposição para construir uma "pauta positiva para o Brasil". "Estamos aqui, tanto eu quanto o senador Davi, fazendo esta visita institucional para dizer que a Câmara dos Deputados — penso eu que também o Senado Federal — estará à disposição para construirmos uma pauta positiva para o país. A nossa democracia rege a nossa Constituição, que os Poderes devem ser independentes e harmônicos, e essa harmonia é o que o Brasil precisa", destacou.

O presidente da Câmara afirmou que o interesse é ter uma agenda produtiva, com as pautas enviadas pelo Executivo e as propostas feitas pelos parlamentares. "Que essa harmonia e o diálogo entre os Poderes possam perseverar, porque quem ganha com isso são os mais de 200 milhões de brasileiros que dependem desse novo relacionamento. Eu me coloco 100% à disposição para, juntos, trabalharmos em favor do nosso Brasil", concluiu.

"Relação profícua"

Alcolumbre adotou a mesma linha do colega de Parlamento. "Estou feliz de poder estar ao lado do Hugo, enquanto presidente da Câmara dos Deputados, fazer um Poder Legislativo forte, altivo, equilibrado e que possa, verdadeiramente, dar as respostas à sociedade brasileira a partir dessa relação verdadeira, profícua e duradoura estabelecida por Vossa Excelência como presidente do Brasil", disse a Lula.

Alcolumbre completou: "Precisamos, enquanto Poder Legislativo, apoiar a agenda do governo, debater na Casa do povo, no Congresso Nacional, aprimorar todas essas agendas importantes, que são prioritárias para o governo, inclusive, participar mais, propondo mais iniciativas a partir do Parlamento".

Lula, porém, não compareceu à sessão de abertura do ano legislativo, à tarde. Ele enviou mensagem, também com tom de conciliação entre os Poderes. Ainda destacou pautas aprovadas pelo Parlamento, como a reforma tributária.

"Queria parabenizar e agradecer ao Congresso Nacional pela inestimável cooperação no projeto de reconstrução do Brasil. Nesses dois anos de governo, reafirmamos nosso compromisso com a democracia, o respeito às instituições e a relação harmoniosa entre os Poderes", diz o texto, lido pelo deputado federal Carlos Veras (PT-PE) e entregue aos presidentes do Legislativo pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.

"O marco histórico da aprovação da reforma tributária não apenas simplifica e torna mais justo o sistema tributário, como também impulsiona o desenvolvimento econômico", destacou a mensagem.

De acordo com o governo federal, em 2024, foi mantido o compromisso com "o equilíbrio das contas públicas" e, em 2025, o mesmo deve ocorrer. "Isso está expresso na Lei de Diretrizes Orçamentárias, assim como no conjunto de medidas fiscais enviadas em novembro de 2024 ao Congresso Nacional, que permitirão economizar R$ 70 bilhões em 2025 e 2026", acrescenta.

Conforme Lula, "em conjunto com o Congresso, estamos criando as condições para a construção de um país mais desenvolvido e mais justo, com crescimento econômico, geração de emprego e renda e responsabilidade fiscal, social e ambiental". "Em 2024, começamos a colher o que semeamos desde o início do nosso governo. Em 2025, seguiremos plantando, em busca de colheitas ainda mais generosas", acrescentou. 

 

Júlia Portela
Mayara Souto
postado em 04/02/2025 03:55
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