investigação

Polícia prende suspeito de tentar invadir Supremo

Alvo de busca e apreensão da PCDF, homem acaba detido em flagrante por resistência e desacato. Segundo a corporação, na casa dele, em Samambaia, foi encontrado um artefato para construção de bomba caseira

A preocupação com a segurança em torno do STF aumentou após os ataques de 8 de janeiro de 2023 e da tentativa de atentado em novembro passado -  (crédito:  Minervino Júnior/CB/D.A Press)
A preocupação com a segurança em torno do STF aumentou após os ataques de 8 de janeiro de 2023 e da tentativa de atentado em novembro passado - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, em Samambaia, um homem que teria tentado invadir o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira. Ele também foi acusado de ameaçar e ofender ministros e servidores da Corte.

Os agentes cumpriram mandado de busca e apreensão contra o suspeito, de 52 anos. A ação ocorreu na sexta-feira e foi intermediada pela Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (DPCEV) da corporação.

Durante as investigações, foram obtidos indícios de que o homem planejava colocar em prática ações extremistas, segundo a PCDF.

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Após ser abordado pela polícia, em casa, o suspeito resistiu à prisão e desacatou os agentes, sendo necessário o uso moderado da força, segundo a corporação. "Por esse motivo, acabou autuado em flagrante pelos delitos de resistência e desacato", informou, em nota, a PCDF.

Na casa onde ele mora, a polícia identificou bilhetes que teriam confirmado as intenções violentas, além de um artefato para construção de bomba caseira. Também foi apreendido um casaco de uso exclusivo da Polícia Militar do DF (PMDF), utilizado de maneira indevida pelo acusado, um aparelho celular e um computador.

"As investigações seguem em curso para buscar mais elementos de informação que corroborem com o crime de apologia ao crime e ameaças aos ministros do Supremo", completou a PCDF.

Explosões e morte

Em 13 de novembro do ano passado, o Supremo foi alvo de outro extremista. O catarinense Francisco Wanderley Luiz foi à Esplanada com um cinturão de explosivos. Na área externa da Câmara, deixou um carro carregado com fogos de artificio. Em seguida, se dirigiu à Corte, onde, ao ser abordado por um dos seguranças, começou a lançar artefatos para tentar destruir a Estátua da Justiça.

Um dos explosivos foi detonado ao lado da cabeça dele e o matou. Segundo a PM, Francisco estava com roupas semelhantes às do personagem Coringa, tinha artefatos presos ao corpo e um dispositivo detonador.

Em Ceilândia, a polícia encontrou, na casa alugada pelo extremista, diversos artefatos — um deles explodiu com a entrada de um robô antibombas enviado pelos policiais.

Com o apelido de "Tiu França", ele foi candidato pelo Partido Liberal (PL) ao cargo de vereador do município de Rio do Sul (SC). Durante a campanha, não teve recursos de fundo partidário da legenda. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contou apenas com uma doadora pessoa física, que contribuiu com R$ 500 para sua corrida à Câmara Municipal. No pleito, obteve 98 votos.

O extremista levantava bandeiras de destruição de instituições democráticas, como o Supremo. Cerca de três horas antes das explosões que provocou em frente à Corte, ele fez posts em redes sociais atacando o tribunal, o Congresso Nacional e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

 

Raphael Pati
postado em 02/03/2025 03:55
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