Depois da semana do carnaval, a Câmara começará a definir as presidências das comissões permanentes nos próximos dias. A maior preocupação da bancada do PT é a indicação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (Creden) pelo PL. Nesta segunda-feira (10/3), o líder da sigla na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), disse que a bancada vai “resistir de todas as formas” à indicação.
“Eduardo Bolsonaro não pode ser presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara. Ele já tem utilizado seu mandato parlamentar para conspirar juto à extrema-direita e ao governo de Donald Trump contra o Brasil”, disse o líder.
- Leia também: Eduardo Bolsonaro lidera lobby contra Moraes nos EUA
A sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro trata o tema como prioridade número um. Desde a posse de Donald Trump, em janeiro, Eduardo tem se encontrado com diversas autoridades nos Estados Unidos para fazer lobby contra o Judiciário brasileiro e fortalecer a narrativa de que seu pai enfrenta uma espécie de perseguição política. O objetivo é obter apoio político nos EUA.
“É inaceitável que ele utilize o parlamento brasileiro para continuar com sua campanha atentatória contra a Justiça brasileira e os interesses nacionais. Nós vamos resistir de todas as formas contra a sua indicação. O que ele tem feito é crime de lesa-pátria, é traição!”, concluiu Lindbergh.
Em fevereiro, o Departamento de Estado dos Estados Unidos emitiu uma nota criticando uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que bloqueou a rede social Rumble no Brasil. A plataforma hospeda vídeos da rede social de Trump, a Truth Social.
Na nota, os EUA disseram que a decisão é “incompatível com valores democráticos”. O Itamaraty respondeu. Disse que rejeitava com firmeza “qualquer tentativa de politizar decisões judiciais” e que a manifestação “distorce o sentido das decisões do Supremo Tribunal Federal”.
Na mesma semana da manifestação dos EUA contra Moraes, o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados) aprovou um projeto que barra a entrada, no país, de qualquer estrangeiro que, na visão do Estado norte-americano, atue contra a liberdade de expressão.
Essa medida, na prática, poderia proibir a entrada do ministro Alexandre de Moraes nos Estados Unidos.
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