ATOS GOLPISTAS

Moraes vota para condenar financiador do 8 de janeiro a 17 anos de prisão

Esse é o primeiro julgamento de um réu acusado de ser financiador dos ataques em Brasília. Pedro Luís Kurunczi foi denunciado por pagar ônibus para extremistas

Segundo Moraes, Kurunczi não apenas financiou, mas teve
Segundo Moraes, Kurunczi não apenas financiou, mas teve "participação ativa" na articulação e na mobilização dos golpistas que participaram dos atos violentos - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (27/6) para condenar o réu Pedro Luís Kurunczi, acusado de pagar por ônibus que levaram extremistas a Brasília para os ataques de 8 de janeiro de 2023. Essa foi a primeira vez que um financiador dos atos golpistas foi julgado pela Corte. 

Segundo Moraes, Kurunczi não apenas financiou, mas teve “participação ativa” na articulação e na mobilização dos golpistas que participaram dos atos violentos. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que ele foi responsável pela contratação de quatro ônibus que transportaram 153 pessoas de Londrina (PR) à capital federal, em 6 de janeiro de 2023. O custo teria sido de R$ 59 mil.

Alexandre de Moraes ressaltou que a denúncia reuniu provas da participação ativa do réu. Ele citou a transferência bancária realizada pela mãe do réu para sua conta pessoal, seguida do pagamento à empresa de transporte — o que evidencia a tentativa de mascarar a origem dos recursos.

“Não se trata de um mero simpatizante. O réu atuou de forma coordenada, consciente e contínua para viabilizar os crimes praticados. Sua atuação se deu meses antes da ação, com adesão clara aos propósitos antidemocráticos”, afirmou o relator. 

Nos autos, a defesa de Pedro Kurunczi afirmou que ele "apenas frequentou o movimento de protesto instalado em frente ao Tiro de Guerra de Londrina, o qual sempre se manteve pacífico e ordeiro" e que "concordou em fazer uma tomada de preços para fretar quatro ônibus. 

O julgamento ocorre no plenário virtual da Corte — sistema em que os magistrados votam sem a necessidade de discussão presencial sobre o tema — com prazo para deliberação até agosto. 

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postado em 27/06/2025 16:47 / atualizado em 27/06/2025 16:48
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