Escala 6x1

Debate sobre escala 6x1 exige diálogo com o Congresso, diz Marinho

Na ocasião, o ministro do Trabalho ainda defendeu a escala 5x2 que, segundo ele, já tem sido colocada em prática em diversos segmentos comerciais

Marinho: 'Vamos ajustando as possibilidades. É um processo de negociação, de entendimento
Marinho: 'Vamos ajustando as possibilidades. É um processo de negociação, de entendimento" - (crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)

Ao cumprir agenda em Goiânia nesta quinta-feira (3/7), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destacou em coletiva de imprensa as pautas prioritárias da pasta. Ele repercutiu, ainda, a pressão dos movimentos trabalhistas pelo fim da escala 6x1, o que definiu como “a jornada mais cruel que existe para os trabalhadores e em especial para as trabalhadoras”.

Segundo o ministro, a escala questão afeta principalmente o comércio e evidencia uma demanda da economia, sendo prejudicial aos trabalhadores. Ele também apontou a necessidade de um diálogo para conscientizar os empregadores de que esse formato pode afetar negativamente os próprios negócios. “Um espaço de trabalho sadio ajuda na qualidade, na produtividade, evita doenças mentais, estresse, enfim, esse conjunto de questões que precisam ser saudáveis para o mercado de trabalho”, pontuou.

Para colocar em prática uma nova dinâmica, no entanto, ele afirma também que não existe uma lei que seja capaz de resolver o problema a não ser que exista um papel de negociação onde “o tablado do debate” seja o Congresso Nacional.

“Este é um debate importante. Já podíamos estar [com uma jornada de] 40 horas há muito tempo. Então, se aparecer uma oportunidade como essa, não perca, não deixem passar. Vamos ajustando as possibilidades. É um processo de negociação, de entendimento”, pontuou o ministro, indicando o governo como intermediador desse debate.

'Pejotização não atrapalha, destrói'

O ministro também fez críticas ao modelo de contratação de MEIs (microempreendedores individuais) como prestadores de serviço, conhecida como “pejotização”. O modelo, segundo ele, terceiriza profissionais por empreitada ou em regime de “parceria”, sem a necessidade de pagamento de direitos trabalhistas como transporte, alimentação e outros benefícios por parte do empregador, assim como com o tempo de jornada trabalhista.

“A pejotização não atrapalha, destrói. Destrói a previdência, destrói o fundo de garantia, destrói o sistema [...] é preciso ter essa compreensão, senão a gente vai atirar no pé”, completou Marinho que argumentou, ainda, que setores importantes da economia são sustentados pelo trabalho celetista e que a pejotização é um processo “perverso” que pode destruir tudo o que levaram-se décadas para construir.

Por Wal Lima
postado em 03/07/2025 15:36
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