Câmara dos Deputados

Com foco em anistia, PL adia debate sobre castração química

Após aval da CCJ, projeto pode ir ao plenário, mas falta de acordo entre líderes pode travar avanço

Ao Correio, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, afirmou que a proposta não será discutida na reunião de líderes desta terça (8/7), que dará prioridade ao debate sobre a anistia -  (crédito: Will Shutter/Câmara dos Deputados)
Ao Correio, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, afirmou que a proposta não será discutida na reunião de líderes desta terça (8/7), que dará prioridade ao debate sobre a anistia - (crédito: Will Shutter/Câmara dos Deputados)

Apesar de aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) na última semana, o projeto que prevê a castração química voluntária como condição para a progressão de regime de estupradores ainda não deve avançar no plenário da Câmara. Ao Correio, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que a proposta não será discutida na reunião de líderes desta terça-feira (8/7), que dará prioridade ao debate sobre a anistia.

Aprovado na CCJ, o projeto está apto a entrar na pauta do plenário, mas pode seguir travado sem acordo entre as lideranças. De autoria do ex-deputado Paes de Lira e relatado por Capitão Alberto Neto (PL-AM), a proposta trata de um tema sensível e controverso, que divide o Parlamento e enfrenta críticas de especialistas em direitos humanos.

“Esse projeto vem nesse sentido, do endurecimento da pena para estupradores. O que nós estamos colocando é uma medida inovadora que já existe em outros países e que não é obrigatória, mas vamos condicionar que, para que ele tenha progressão no regime e acesso à liberdade, ele passe pelo processo químico de forma voluntária”, defendeu Capitão Alberto Neto durante a votação na comissão.

O parlamentar citou dados de 2023, quando o Brasil registrou mais de 70 mil casos de estupro, sendo 60% das vítimas crianças de até 13 anos. “Vamos proteger as crianças do nosso país, é apenas isso que nós queremos”, disse.

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Além da castração química voluntária, o projeto também endurece penas para crimes sexuais. A pena para estupro, por exemplo, passaria de 10 para 20 anos. No caso de violação sexual mediante fraude, a punição subiria de 2 a 6 anos para 4 a 8 anos. Já o estupro de vulnerável teria pena fixa de 20 anos.

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Por Wal Lima
postado em 08/07/2025 11:44
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