Após operação da Polícia Federal na casa de Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (18/7), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou medidas cautelares, incluindo uso de tornozeleira eletrônica, ao ex-presidente. A decisão, que aponta coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gerou comoção entre os políticos bolsonaristas e de oposição.
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“Fica firme, pai, não vão nos calar!”, escreveu o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ), filho “01” do ex-presidente, no X. Já Eduardo, deputado licenciado, marcou o presidente Donald Trump em postagem que alega que “Alexandre de Moraes redobrou a aposta” contra o pai.
“Busca e apreensão, tornozeleira, proibição de falar com embaixadores, diplomatas e até com o próprio filho Eduardo. Isso tudo um dia após Bolsonaro receber uma carta de apoio de Trump”, diz o post do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Ele afirma ainda que a “Venezuela está com inveja”.
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O parlamentar ainda fez comparações com a condenação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que Nikolas alegou nunca o ter visto "proibido de falar com alguém, usando tornozeleira ou sem ter acesso às redes sociais". Lula foi preso em 2018 e passou 580 dias (um ano e sete meses) na prisão, em Curitiba. Durante o período, ele foi proibido de ir ao velório do irmão e a conceder entrevista à Folha de S.Paulo.
Líder do PL na Câmara, o deputado Sóstenes Cavalcante alegou que “não há crime, não há condenação, não há prova” contra Bolsonaro. “Só há um ‘delito’: enfrentar o sistema”, diz publicação no X, que alega censura.
O presidente nacional do PT, senador Humberto Costa (PT-PE), afirmou que “a ação policial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro escancara o nível de envolvimento dele em tramas antidemocráticas”. “Diante do avanço das investigações, há indícios que ele preparava sua fuga. Não é atitude de quem confia na própria inocência”, escreveu.
Nas redes sociais, a deputada Erika Hilton (PSol-SP) declarou que "o Brasil não se amedrontou e nossa Justiça não se acovardou, pois todo o medo e covardia estão reservados para Jair Bolsonaro e seus aliados". A parlamentar ainda contou que viu pessoas comprando “kit churrasco” para comemorar a decisão do ministro Alexandre de Moraes.
O deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP) declarou que "a hora da verdade está chegando".
Decisão do STF determina o uso de tornozeleira eletrônica. O ex-presidente também não poderá usar redes sociais, se comunicar com outros réus no Supremo, — incluindo o filho Eduardo Bolsonaro, acusado de buscar sanções contra o Brasil junto ao governo dos Estados Unidos — com embaixadores e diplomatas estrangeiros e deve cumprir recolhimento domiciliar de 19h às 6h.
